sábado, 20 de junho de 2009

PROJETO VAI BRASIL

¨O VAI BRASIL é um projeto criado pelo MTur – Ministério do Turismo, em parceria com a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo - BRAZTOA e a Associação Brasileira das Agências de Viagem – ABAV com o intuito de fomentar a comercialização de pacotes turísticos em períodos de baixa ocupação nos diversos destinos do Brasil.
¨ Os serviços turísticos do VAI BRASIL são disponibilizados ao público, com condições especiais de preços, por meio do website http://www.vaibrasil.com.br
¨Fontes: www.brasil.gov.br/emquestao - www.turismo.gov.br - www.vaibrasil.com.br

José Pereira Lima

REGIONALIZAÇÃO - OBJETIVOS

Como objetivo , pretendemos ampliar e qualificar o mercado de trabalho ; dar qualidade ao produto turístico; diversificar a oferta turística; estruturar os destinos turísticos; ampliar o consumo turístico no mercado nacional ; aumentar a inserção competitiva do produto turístico no mercado internacional ; ampliar o consumo turístico no mercado nacional e aumentar o tempo de permanência e gasto médio do turista .

José Pereira Lima

PLANO AQUARELA

¨O Plano Aquarela, criado para divulgar o Brasil no Exterior, está incluído no Plano Nacional de Turismo e entra numa segunda fase, com a oferta de produtos específicos aos públicos estrangeiros. A intenção é potencializar a competitividade nos mercados nacional e internacional com base na malha aérea, integração da América do Sul e dos Modais (aéreo, terrestre, aquaviário e marítimo) nas regiões turísticas.
José Pereira Lima

quarta-feira, 17 de junho de 2009

HABILIDADES NECESSÁRIAS AO BOM PROFISSIONAL DE TURISMO

(Roberto Alves da Rocha)

Tomei conhecimento deste texto através da professora Rosycler, procurei na internet e achei como artigo na Revista Turismo. Considerei um excelente texto, que traz uma ótima síntese sobre o profissional do turismo que estamos pretendendo ser.

1. INTRODUÇÃO
O turismo é uma atividade extremamente complexa que demanda uma forte dedicação por parte dos novos profissionais que pretendem ingressar nesta área. Tanto alunos de graduação como profissionais de outras áreas que estão buscando se inserir no mercado de trabalho em turismo deverão traçar metas para atingir a excelência profissional.Aqui serão apresentadas algumas das habilidades básicas que o bom profissional, em especial o de turismo, deverá ter para alcançar o sucesso. A cada leitor fica a tarefa de estipular as suas metas e começar a trabalhar no intuito de chegar ao sucesso.
2. HABILIDADES BÁSICAS PARA O SUCESSO PESSOAL
Via de regra, para obter sucesso na vida, as pessoas precisam ter bons relacionamentos. Para tal, é imprescindível uma boa comunicação. Da mesma forma que um pai e um filho não se entenderão de outro modo que não seja a conversa, em qualquer outro tipo de relacionamento (professor X aluno, patrão X empregado, vendedor X cliente, etc.) a comunicação é fator determinante de sucesso.Primeiramente, tente se colocar no lugar do seu interlocutor, pois a empatia é peça fundamental do quebra-cabeça chamado comunicação. Entenda as suas necessidades, e os seus desejos, para que a sua fala as preencha.Procure estar informado sobre os principais assuntos da atualidade. Ninguém precisa ser especialista em todas as áreas (até porque seria impossível), mas todos devem saber conversar sobre tópicos importantes e atuais de interesse geral.Mantenha uma postura corporal e tom de voz adequados à situação. Lembre-se que o corpo pode falar mais do que mil palavras – até mesmo as roupas utilizadas podem causar interferências no processo comunicativo. Procure falar de forma clara e objetiva mantendo um tom de voz constante, podendo alterar o mesmo em momentos no qual a atenção esteja dispersa.Evite generalizações, lembre-se que mesmo quando dados estatísticos comprovam a veracidade de uma hipótese a sua representatividade da realidade não chega a 100%. Frases com palavras taxativas como “nunca”, “sempre”, “é a verdade”, etc. devem ser amenizadas, como “nem sempre”, “geralmente”, “na maioria das vezes é/não é verdade”, etc.
3. HABILIDADES BÁSICAS PARA O SUCESSO PROFISSIONAL
No âmbito profissional, algumas habilidades tornam-se exigências do mercado de trabalho. Por exemplo, no período em que vivemos, a informática é ferramenta básica à execução de tarefas em diversos setores. Quem não tiver conhecimentos mínimos de informática hoje estará em grande desvantagem no mercado de trabalho, mercado este que está cada vez mais competitivo. Uma vantagem competitiva seria o amor pela área escolhida. Fazer algo pelo qual se tem um sentimento negativo é extremamente difícil.Às habilidades comunicativas mencionadas anteriormente, soma-se a capacidade de falar bem em público. Não só saber se expressar bem, mas também de forma convincente – com segurança e firmeza – é essencial para o sucesso profissional. Independente do cargo e das funções que serão desempenhadas, o bom profissional “vende” bens, idéias, serviços, etc. Uma “venda” não se concretiza sem o poder de convencimento do “vendedor”.
O marketing é hoje um dos tópicos mais abordados por consultores, empresários e acadêmicos, especialmente da área de administração. Temos que lembrar que não só o marketing dos produtos é importante, mas o marketing pessoal é também fator decisivo para o sucesso profissional. Segundo um conto popular entre profissionais de marketing, a galinha só “vende” os seus ovos melhor do que a pata por conta das suas habilidades de marketing. Ao por um ovo – maior e mais saboroso do que o da galinha – a pata fica quieta e silenciosa, enquanto a galinha “grita” para todos os seus potenciais clientes que o seu produto está pronto para ser comercializado.
Ter a capacidade de interpretar as informações que chegam aos ouvidos (capacidade analítica) é outra característica básica para o bom profissional. Nem tudo que é dito pelos jornais, livros ou pessoas importantes é a verdade. O bom profissional “digere” as informações e tira as suas próprias conclusões sobre o que foi exposto.
Outro ponto que vem sendo bastante trabalhado pelas instituições de ensino superior nos últimos anos é a questão do empreendedorismo. Barreto (1998), define empreendedorismo como a “habilidade de criar e constituir algo a partir de muito pouco ou do quase nada” (p. 75). Principalmente em momentos de crise, como hoje, é deste tipo de profissional que as empresas estão precisando.
3.1 Habilidades necessárias ao bom profissional de turismo
Em primeiro lugar é importante ressaltar que o profissional de turismo aqui está sendo encarado como alguém que decide ingressar em uma carreira nesta área, ou seja, de estudantes de turismo no primeiro ano de estudo a profissionais com anos de experiência. Todos devem se preocupar com estas habilidades.
Além de tudo que é necessário para o sucesso do indivíduo como ser humano e como profissional de qualquer área que seja, o turismo exige algumas outras habilidades, tais como o domínio de idiomas (especialmente o inglês e o espanhol), compreensão básica de números estatísticos, conhecimentos de geografia e história, entre outras.
Um dos pontos iniciais de discussão é a interdisciplinaridade do turismo, ou seja, é importante entender que o turismo é um campo de estudos que interage com diversas ciências. Panosso Netto (2003) analisa as teorias de dois dos mais conceituados pesquisadores do turismo mundial, Jafar Jafari e John Tribe, e apresenta da seguinte forma o que na sua opinião é a teoria mais avançada, a de John Tribe:“Através da soma do estudo dos negócios turísticos (TF1) com o estudo dos não-negócios turísticos (TF2) Tribe criou o campo do turismo (TF) que é representado pela seguinte expressão: (TF) = TF1 + TF2.
Por esta análise, Tribe propõe um novo modelo na compreensão do turismo demonstrado na figura 2. No círculo de fora estão as disciplinas e as subdivisões disciplinares que estudam o turismo com suas ferramentas particulares. No centro do círculo estão os dois campos do turismo. Entre o círculo de fora e o círculo do meio há uma área na qual a teoria e os conceitos do turismo são refinados e leva o nome de banda k. É nesta área que o conhecimento do turismo é criado.Ela representa a interface das disciplinas com os campos do turismo. Segundo o autor, quando a economia entra em contato com o turismo nasce o estudo do efeito multiplicador do turismo, por exemplo. Portanto, a banda k representaria o local da atividade multidisciplinar e interdisciplinar (Tribe 1997: 650-651)” (PANOSSO NETTO, 2003: 66-67).
A compreensão das diversas disciplinas que interagem com o turismo é ponto primordial para o sucesso nesta área. Um planejador, por exemplo, não pode deixar de levar em consideração questões ambientais, sociais, culturais, legais, econômicas, etc. ao propor a criação de um pólo turístico em uma região. Tal discussão justifica a presença de disciplinas de direito, meio ambiente, antropologia, sociologia, etc. nas grades curriculares dos cursos de turismo no nível superior.Somado a tudo isso está a questão da experiência, vivência da prática. É importante adquirir experiência ao longo da vida profissional. Sabe-se que hoje o profissional que tiver menos que um ano de experiência terá dificuldades de se inserir no mercado de trabalho. Os estágios, remunerados ou não, são uma ferramenta para minimizar este problema.Por fim, segundo Pearce et al. (1998), para o sucesso na vida, especialmente a profissional e mais notadamente a do profissional em turismo, é fundamental ter sempre a mente aberta a novas situações e opiniões (quem acreditaria, séculos antes de Cristo, que a terra era redonda?), estar atento a diferenças culturais (homens italianos se cumprimentam com beijos no rosto, já os brasileiros em geral só aceitam esta situação entre pais e filhos) e abraçar a tecnologia (dominá-la para não ser dominado).
4. RECAPITULANDO...O bom profissional de turismo precisa:• Saber se comunicar bem;• Manter-se atualizado;• Ter domínio da informática básica;• Ter domínio de idiomas estrangeiros (especialmente inglês e espanhol);• Conhecer ferramentas de marketing (incluindo o pessoal);• Ser crítico, ter capacidade analítica;• Ser empreendedor;• Compreender números estatísticos;• Ter conhecimentos básicos de geografia e história;• Compreender a relação do turismo com as diversas disciplinas;• Possuir experiência profissional;• Estar aberto a novas situações e opiniões;• Perceber as diferenças culturais; e• Abraçar a tecnologia.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, L. P. Educação para o Empreendedorismo. Salvador: Escola de Administração de Empresa da Universidade Católica de Salvador, 1998.PANOSSO NETTO, Alexandre. O problema epistemológico no turismo: uma discussão teórica. In: PANOSSO NETTO, Alexandre, TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi. Reflexões sobre um novo turismo: política, ciência e sociedade. São Paulo: ALEPH, 2003, p. 57-86.PEARCE, Philip, MORRISON, Alastair, RUTLEDGE, Joy. Tourism: Bridges across continents. Sydney: McGraw-Hill, 1998.
Autor: Sérgio Rodrigues Leal
Coordenador do Curso de Bacharelado em Turismo
FAINTVISA - Faculdades Integradas da Vitória de Santo Antão

PLANO NACIONAL DE TURISMO 2007-2010

Plano Nacional de Turismo 2007-2010

O governo federal lançou em 13 de junho de 2007, o Plano Nacional de Turismo para o período 2007-2010. Nele estão previstos vários investimentos para aumentar o desenvolvimento da atividade no Brasil, promovendo o país no exterior e criando formas de aumentar o mercado interno, ou seja, dando crédito para que os brasileiros consigam viajar mais.

* Plano Nacional de Turismo prioriza mercado interno

Com a meta de gerar 1,7 milhão de novos empregos e trazer cerca de US$ 7,7 bilhões em divisas para o País, o Plano Nacional de Turismo 2007-2010, lançado nesta semana pelo governo federal, terá R$ 5,63 bilhões para investimentos em infra-estrutura turística, além de outros R$ 984 milhões na promoção interna e externa do setor. O foco do Ministério do Turismo está na inclusão social, com estímulo à criação de emprego e renda e à redução das desigualdades regionais.
Elaborado conjuntamente com a iniciativa privada e o terceiro setor, o Plano quer assegurar o acesso ao turismo a todas as camadas da população, inclusive as de menor renda. Para o próximo semestre, por exemplo, o Plano Nacional de Turismo prevê o Programa de Crédito Consignado, voltado aos aposentados, que vai financiar viagens turísticas pelo Brasil, com juros em torno ou mesmo abaixo de 1%.
O plano de turismo está intimamente ligado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado no início do ano para atacar os gargalos de infra-estrutura do Brasil e que conta com ações para recuperação de estradas, melhorias em portos, aeroportos, metrôs e ferrovias, além de iniciativas relacionadas a abastecimento de água, coleta de esgoto e infra-estrutura energética.
Com a melhoria na infra-estrutura do País e o reforço na qualificação profissional, o Plano vai organizar 65 destinos turísticos em 27 unidades da Federação, com padrões internacionais de mercado. Com as medidas, espera-se daqui a três anos atingir a marca histórica de 217 milhões de viagens internas/ano. Em 2005, registrou-se 139,59 milhões de viagens no País.
Além dos recursos provenientes do Orçamento da União, a expectativa do Ministério do Turismo é que, a partir da concessão de financiamento pelos bancos públicos, sejam investidos no período - 2007 a 2010 - outros R$ 6,78 bilhões com novos meios de hospedagem e R$ 12,55 bilhões para empreendimentos, melhoria e ampliação de várias categorias de serviços.
* Programa de Regionalização do Turismo

O Programa de Regionalização do turismo, também inserido no Plano Nacional de Turismo é um modelo de gestão descentralizada, coordenada e integrada, com base nos princípios da flexibilidade, articulação, mobilização, cooperação intersetorial e interinstitucional e na sinergia de decisões.
Regionalizar o turismo é transformar a ação centrada na unidade municipal para uma política pública mobilizadora de planejamento e coordenação para o desenvolvimento turístico local, regional, estadual e nacional, de forma articulada e compartilhada. É, também, esforço coordenado entre municípios, estados e países para ações de negociação, consenso, planejamento e organização social.
Como objetivo , pretendemos ampliar e qualificar o mercado de trabalho ; dar qualidade ao produto turístico; diversificar a oferta turística; estruturar os destinos turísticos; ampliar o consumo turístico no mercado nacional ; aumentar a inserção competitiva do produto turístico no mercado internacional ; ampliar o consumo turístico no mercado nacional e aumentar o tempo de permanência e gasto médio do turista .
Os investimentos previstos pelos programas regionais de desenvolvimento do turismo (Prodetur e Proecotur), contam com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e contrapartidas estaduais e federal

* Plano Aquarela

O Plano Aquarela, criado para divulgar o Brasil no Exterior, está incluído no Plano Nacional de Turismo e entra numa segunda fase, com a oferta de produtos específicos aos públicos estrangeiros. A intenção é potencializar a competitividade nos mercados nacional e internacional com base na malha aérea, integração da América do Sul e dos Modais (aéreo, terrestre, aquaviário e marítimo) nas regiões turísticas.
O setor de Turismo vem aumentando cada vez mais sua participação no PIB e na geração de empregos. Hoje, ele se destaca como o quinto principal produto na geração de divisas em moeda estrangeira para o Brasil, disputando a quarta posição com a exportação de automóveis. Em 2006, as empresas do setor registraram um faturamento de R$ 29,6 bilhões, o que representa um crescimento de 29% em relação a 2005. No mesmo período, o País recebeu um número recorde de visitantes, que aqui gastaram US$ 4,3 bilhões. Já o número de desembarques nos aeroportos brasileiros cresceu 7% em relação a 2005.

* Projeto Vai Brasil

O VAI BRASIL é um projeto criado pelo MTur – Ministério do Turismo, em parceria com a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo - BRAZTOA e a Associação Brasileira das Agências de Viagem – ABAV com o intuito de fomentar a comercialização de pacotes turísticos em períodos de baixa ocupação nos diversos destinos do Brasil. Os serviços turísticos do VAI BRASIL são disponibilizados ao público, com condições especiais de preços, por meio do
website <http://www.vaibrasil.com.br/>

Fontes: www.brasil.gov.br/emquestao - www.turismo.gov.br -< http://www.vaibrasil.com.br/>

Postado pelo Direitão: José Mário, José Pereira e Roberto Rocha

terça-feira, 16 de junho de 2009

O PLANO DIRETOR


(Roberto Alves da Rocha)

Regulamentando o artigo 182 que trata da “Política urbana” da Constituição Brasileira, promulgada em 5 de Outubro de 1988, surgiu o Estatuto das Cidades através da lei 10.257 de 10 de julho de 2000.
O Estatuto atribui aos municípios a implantação de planos diretores participativos, definindo uma série de instrumentos urbanísticos que têm no combate à especulação imobiliária e na regularização fundiária dos imóveis urbanos seus principais objetivos.
Depois de alguns anos da promulgação da lei, o que vemos é que em muitos municípios a participação da população é muito pequena.
Primeiro porque nem sabem o que é, e depois porque muitos prefeitos fazem com sua equipe determinem o Plano Diretor, noticiam o dia de audiência pública, cumprem o que diz a lei, mas como poucos participam, eles tornam o Plano Diretor tão somente cheio de decisões que o poder executivo quer, com prioridades que na maioria das vezes, não são os anseios da comunidade, pois essa nem foi ouvida.
Para mudar essa situação é preciso que a população tenha mais consciência, seja esclarecida sobre a importância do Plano Diretor, mas acredito que uma das maneiras para conseguir isso seria que, as cabeças pensantes das cidades começassem a participar mais dessas audiências, pois o que se tem visto é que nem mesmo estes dão sua colaboração, para que a cidadania seja exercida em plenitude. A mudança deve começar com quem pensa e estes conseguirem envolver os outros que ainda não atentou para a importância de uma sociedade organizada e que exerce seus direitos.
O LUGAR E O COTIDIANO


(Roberto Alves da Rocha)

Quando se fala em lugar se lembra de um espaço. Quando se quer dizer do cotidiano, vem a imagem das coisas de perto e do dia a dia.
Segundo Milton Santos, nas atuais condições de globalização, metáfora proposta por Pascal parece ter ganhado realidade: o universo visto como uma esfera infinita, cujo centro está em toda parte...
O mesmo se poderia dizer daquela frase de Tolstoi, tantas vezes repetida, segundo a qual, para ser universal, basta falar de sua aldeia.É o que vemos hoje com a evolução das comunicações e das tecnologias que vieram, e fazem do nosso lugar cotidiano como um todo e assim nosso espaço é o globo terrestre

terça-feira, 9 de junho de 2009

MICROPOLÍTICAS E SUBJETIVIDADE

GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: Cartografias do Desejo. 4º ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1996. 203p.

"... todos vivemos, quase que cotidianamente, em crise; crise da economia, especialmente a do desejo, crise dos modos que vamos encontrado para nos ajeitar na vida - mal conseguimos articular em certo jeito e ele já caduca. Vivemos sempre em defasagem em relação à atualidade de nossas experiências. Somos íntimos dessa incessante desmontagem de territórios: treinamos, dia a dia, nosso jogo de cintura para manter um mínimo de equilíbrio nisso tudo."
"É a própria essência do lucro capitalista que não se reduz ao campo da mais-valia econômica: ela está também na tomada de poder da subjetividade."
" Essa cultura de massa produz, exatamente, indivíduos; indivíduos normalizados, articulados uns aos outros segundo sistemas hierárquicos, sistemas de valores, sistemas de submissão - não sistemas de submissão visíveis e explícitos, como na etologia animal, ou como nas sociedades arcaicas ou pré-capitalistas, mas sistemas de submissão muito mais dissimulados."
" Não somente uma produção da subjetividade individuada - subjetividade dos indivíduos - mas uma produção de subjetividade social, uma produção da subjetividade que se pode encontrar em todos os níveis da produção e do consumo. E mais ainda: uma produção da subjetividade inconsciente."
" ... é notório o nível de incompetência e corrupção das elites no poder. Aliás, nos agenciamentos de poder capitalístico em geral são sempre os mais estúpidos que se encontram no alto da pirâmide. Basta considerar os resultados: a gestão da economia mundial hoje conduz centenas e milhares de pessoas à fome, ao desespero, a um modo de vida inteiramente impossível, apesar dos progressos tecnológicos e das capacidades produtivas extraordinárias que estão se desenvolvendo nas revoluções tecnológicas atuais."
" ... todos os procedimentos de saber, de eficiência semiótica no mundo atual participam de agenciamentos complexos, que jamais são da alçada de um único especialista."

Postado em: 09 de junho de 2009, por José Mário Corrêa

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Rizoma


Um rizoma não começa nem conclui, ele se encontra sempre no meio, entre as coisas, inter-ser, intermezzo. A árvore é filiação, mas o rizoma é aliança, unicamente aliança. A árvore impõe o verbo "ser", mas o rizoma tem como tecido a conjunção "e... e... e..." Há nesta conjunção força suficiente para sacudir e desenraizar o verbo ser.Entre as coisas não designa uma correlação localizável que vai de uma para outra e reciprocamente, mas uma direção perpendicular, um movimento transversal que as carrega uma e outra, riacho sem início nem fim, que rói suas duas margens e adquire velocidade no meio. [Deleuze, Guatarri, Mil Platos, v1, 36]
Deleuze e Guatarri contrapõem rizoma a árvore. A metáfora das ramificações arborescentes nos ajuda a entender uma espécie de programa mental, nos plantam árvores na cabeça: a da vida, a do saber, etc. E o poder, na sociedade, é sempre arborescente – a metáfora visualiza, comunica melhor o sentido dessa estrutura que representa a hierarquia. Mas na organização do saber, quase todas as disciplinas passam por esquemas de arborescência: a biologia, a informática, a lingüística (os autômatos ou sistemas centrais). Na realidade, não se trata de uma simples metáfora (no sentido lingüístico) e sim o que nos faze entender essa metáfora é que existe todo um aparato que se planta no pensamento, um programa de funcionamento para obriga-lo a ir pelo "bom" caminho, das idéias "justas". A metáfora da árvore clareia a maneira de como se articulam, na comunicação social, os esquemas de poder: A contraposição "árvore" / "rizoma" pode assim se valer da revisão crítica das estruturas de poder vigentes na sociedade.
Essas características das redes podem ser aplicadas aos organismos, às tecnologias, aos diispositivos, mas também à subjetividade. Somos uma rede de redes (multiplicidade), cada rede remetendo a outras redes de natureza diversa (heterogênese), em um processo auto-referente (autopoésis).
Esse rizoma se regenera continuamente por suas interações e transformações. A subjetividade é como a cognição, o advento, a emergência de um afeto e de um mundo a partir de suas ações no mundo.
Pensamos rizomas. Não só nas raízes que se bifurcam, crescem aleatoriamente sem comando e controle. O rizoma nos mostra o comportamento das redes, onde a trama de nós não mais identifica o ser, o corpo, o autor. Somos um produto rizomático. Multidões dentro de todos nós. Dentro e fora, fora e dentro. O corpo não tem limite. Distende-se para o infinito e para o além.
É complicado? Bem, esqueça aquilo que te faz se enxergar como ser humano. Estamos nos referindo a uma outra tradição filosófica. Isso implica na maneira de sentirmos a vida. Para que tanto racionalismo? Por que pensar no homem como centro do mundo? E para que tanto esforço? O corpo se distende para um todo. As relações corpo- máquina (e todas as relações que derivam dessas aproximações) nos fazem entender que não mais importa diferenciar as partes. O ser natural, aquele desprovido dos males tecnológicos, jamais existiu. Ou melhor, não existe desde que as funções do homem se distendem na relação com o ambiente. E isso data da idade da pedra lascada. Nossa cultura é hibrida (e miscigenada?).

José Pereira Lima

O LUGAR E O COTIDIANO

II Congresso Internacional Cidade, Cotidiano e Poder
Vitória, 16 a 19 de novembro de 2009

O evento dispensa atenção particular à complexidade do fenômeno urbano no mundo contemporâneo, uma vez que os centros metropolitanos e, em especial, as assim denominadas megalópoles, constituem um autêntico desafio, não apenas para os pesquisadores interessados em captar a sua dinâmica, mas também para os gestores públicos, chamados a todo o momento a intervir com a finalidade de solucionar os inúmeros problemas característicos do ambiente metropolitano. Nesse sentido, pretende-se promover um debate acerca das políticas públicas urbanas a partir de uma perspectiva histórica, de modo a perceber como, no passado, as sociedades lidaram com a tarefa de organizar o território citadino. Na realidade, a definição da questão urbana como um conjunto complexo de demandas políticas e sociais requer um exame atento das feições assumidas pelo processo de desenvolvimento urbano em outros tempos e lugares. Por fim, estima-se discutir os mecanismos que conformam as modalidades urbanas contemporâneas à luz da relação entre crescimento, modernização e fragmentação social.
José Pereira Lima
RIZOMAS

(Roberto Alves da Rocha)


Rizoma para a botânica é um tipo de caule que algumas plantas possuem. Ele cresce horizontalmente, geralmente subterrâneo, mas podendo também ter porções aéreas. Rizomas são importantes como orgãos de reprodução vegetativa ou assexuada de diversas plantas ornamentais.
A partir desse conceito de raiz que os filósofos Gilles Deleuze e Felix Guattari propõem possibilidades de estudo e análise de sistemas.
Daí vem a pergunta feita para Deleuze pelo jornal Liberácion em uma entrevista datada de 23 de outubro de 1980:
Como um caule de planta pode nos ajudar a pensar o mundo moderno e a educação?
“O que Guattari e eu chamamos rizoma é precisamente um caso de sistema aberto. Volto à questão o que é filosofia? Porque a resposta a essa questão deveria ser muito simples. Todo mundo sabe que a filosofia se ocupa de conceitos. Um sistema é um conjunto de conceitos. Um sistema aberto é quando os conceitos são relacionados a circunstâncias e não mais a essências. Mas por um lado os conceitos não são dados prontos, eles não preexistem: é preciso inventar, criar os conceitos, e há aí tanta invenção e criação quanto na arte ou na ciência”.
O que dá para entender é que não há rizoma e sim rizomas que são pensamentos que nem sempre estão ligados a uma hierarquia, mas que proliferam e isso acontece dentro de uma multiplicidade de opiniões e conceitos que são abertos a outros, gerando sempre outra imagem de pensamento.




BIBLIOGRAFIA:

www.wikipedia.org/wiki/rizoma
www.digao.bio.br/rizomas
MICRO POLÍTICAS E SUBJETIVIDADE


(Roberto Alves da Rocha)

O que deu para entender sobre micro política e subjetividade é que o Capitalismo mundial integrado, que gera muita pressão econômica e em conseqüência os problemas sociais por que passamos, acaba gerando um estímulo maior para a micro política ou seja, para se desenvolver atividades voltadas mais para os trabalhos locais, familiares e escolares do que de se dar atenção para o que acontece no globo terrestre.
O rompimento das tradições, a extinção de tantas culturas que faziam a vida das pessoas ter uma direção, muitas vezes manipulada pelos que ostentavam o poder.
A deteriorização da vida em família e em comunidade, com o advento da globalização, é o que gera a subjetividade porque é mais fácil conseguir cuidar do que é perto, do que ficar dependendo totalmente do que vem de outros locais e culturas.
Todo esse rompimento muitas vezes impacta na vida de uma comunidade, que é atingida, sem não tem nada a ver com isso.
A subjetividade é uma realidade maior nos dias de hoje, porém o que acontece é que mesmo assim, devido a falta de confiança nas políticas governamentais a micro política nasce mais de “Ongs” e grupos sociais vinculados a associações de bairros, movimentos sociais e quase sempre, não governamentais.Se realmente assumirmos como cidadãos essas políticas, com certeza haverá um crescimento de políticas sérias, que trarão mais condições das pessoas viverem melhor, mesmo com a globalização que escraviza e exclui a participação na vida comunitária

MICRO POLITICA E SUBJETIVIDADE

Este texto discute as interferências no contemporâneo do ponto de vista da produção social da existência. A realidade na qual estamos todos imersos é produzida em uma multiplicidade de interferências extensivas (molares) e intensivas (moleculares) que coexistem em um mesmo movimento. Deste modo, não podem ser pensadas como opostas, como melhores ou piores "em si", fora das relações que as constituem, pois elas se atravessam e sofrem impregnações distintas de um tipo pelo outro. O que importa, em cada caso, é distinguir qual é o regime (se intensivo ou extensivo) que envolve nossa participação nelas e que cintila nas alianças que se tecem por meio delas. É somente nas relações e nos processos que as constituem que podemos avaliar os movimentos que elas promovem ou estancam. As interferências que nos interessam se dão em uma multiplicidade de ações de teoria e prática que transbordam os insuficientes limites do eixo sujeito-objeto. Não se trata de um interferir de um objeto dado sobre outro objeto dado, de uma unidade predeterminada sobre um sujeito preexistente, mas de produzir interferências que façam vazar as multiplicidades que constituem a nós e as coisas. A modulação da interferência neste sentido implica e requer mutação subjetiva. É nos encontros que experimentamos os movimentos que nos forçam a problematizar, mais do que a responder; alterando a nossa subjetividade e abrindo-a para o intensivo, já ali, onde os conceitos viram fluxo de intensão e nos conectam no circuito ziguezagueante da coexistência macro/micropolítica.

Palavras-chave: Produção de subjetividade; Micropolítica; Intervenção.
José Pereira Lima

O que é Plano Diretor?

O Plano Diretor, instrumento de preservação dos bens ou áreas de referência urbana, previsto constitucionalmente e também através do Estatuto da Cidade, é uma lei municipal que estabelece diretrizes para a adequada ocupação do município, determinando o que pode e o que não pode ser feito em cada parte do mesmo.

O Plano Diretor é um dos instrumentos de preservação dos bens ou áreas de referência urbana, previsto no artigo 182 § 1º da Constituição Federal e na Legislação Federal através da Lei 10.257/ 01, popularmente conhecida como Estatuto da Cidade.

O Plano Diretor é um instrumento básico da política de desenvolvimento do Município, pois sua principal finalidade é fornecer orientação ao Poder Público e a iniciativa privada na construção dos espaços urbanos e rurais na oferta dos serviços públicos essenciais, visando assegurar melhores condições de vida para a população, adstrita àquele território. Trata-se pis, de uma lei municipal específica, cujo objeto é o planejamento municipal, mediante atividades e empreendimentos do Poder Público e das pessoas físicas e jurídicas, que leva em conta os anseios da população. Daí, ser chamado também de Plano Diretor Participativo.

Em suma, o Plano Diretor é uma lei municipal que estabelece diretrizes para a adequada ocupação do município, determinando o que pode e o que não pode ser feito em cada parte do mesmo.

Na fase que antecede sua aprovação, vereadores e representantes comunitários, através de audiências públicas e debates, discutem os problemas urbanos, objetivando a construção de uma cidade sustentável para as presentes e futuras gerações.

Cabe lembrar que antes da vigência do Estatuto da Cidade, o Plano Diretor era obrigatório para municípios cuja população ultrapassasse 20 mil habitantes. Agora, também é exigido para as regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e cidades integrantes de áreas especiais de interesse turístico, bem como as que possuem em seus limites territoriais empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental.

O Estatuto da Cidade estabeleceu o prazo de cinco anos, que expira em 10/10/2006, para que cada município elabore ou revise as regras de ocupação do solo, sob pena de expor os chefes dos Executivos locais a processos de improbidade administrativa, cuja pena máxima poderá ser a perda do mandato.

Seu conteúdo deverá estabelecer no mínimo a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser aplicado o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsória, levando em conta a infra-estrutura e demanda para a utilização do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado. Estabelecerá as condições de exercício do direito de preempção, da outorga onerosa do direito de construir, das áreas onde serão permitidas a alteração de uso do solo e as operações urbanas consorciadas.
josé Pereira Lima

RIZOMAS

Epistemologia

As propostas topológicas, descrições das condições discursivas, que Guattari e Deleuze propõem a partir dos conceptos de raiz, radícula e rizoma apresentam possibilidades interessantes ao embasamento epistemológico para análise de sistemas.
A topologia da raiz alude a uma condição de totalitarismo, despotismo, que se exerce a partir da biunivocidade. "Isto quer dizer que este pensamento nunca compreendeu a multiplicidade: ele necessita de uma forte unidade principal, unidade que é suposta para chegar a duas, segundo um método espiritual." (DELEUZE e GUATTARI, 1980, p.13) É uma condição que estabelece a continuidade de um eixo-tronco ao que ramifica-se dicotomicamente a partir dele e, ao partir dele, a ele retorna em sua continuidade. É uma condição de rigidez teórica e circularidade argumentativa, em que tudo no fim das contas "é porque é" através do retorno ao poder do eixo principal que é exercido sobre suas ramificações. A dicotomia é o exercício do poder totalitário que divide o mundo em ramos binários: os loucos e os normais, os dominadores e os dominados, o bem e o mal, o certo e o errado, o zero e o um. O pensamento cristão, por exemplo, estrutura-se topologicamente de maneira binária, como uma raiz.
De maneira próxima à raiz estaria a topologia da radícula, imagem da qual a modernidade se vale de bom grado. Um sistema fasciculado que visa aproximar-se da condição das multiplicidades, mas que não alcança nada além de um simulacro das mesmas. Quando se reduz uma multiplicidade a uma estrutura rígida, compensa-se seu movimento ao reduzir as suas leis de funcionamento.
Vale dizer que o sistema fasciculado não rompe verdadeiramente com o dualismo, com a complementaridade de um sujeito e de um objeto, de uma realidade natural e de uma realidade espiritual: a unidade não pára de ser contrariada e impedida no objeto, enquanto que um novo tipo de unidade triunfa no sujeito. O mundo perdeu seu pivô, o sujeito não pode nem mesmo fazer dicotomia, mas acende a uma mais alta unidade, de ambivalência ou de sobredeterminação, numa dimensão sempre suplementar àquela de seu objeto." (DELEUZE e GUATTARI, 2004, p.14)
A condição de sujeito-objeto seria, de fato, um enclausuramento na lógica dual à medida que estão são duas dimensões suplementares. Reconhece-se aí o caos no mundo, mas o que se produz é uma imagem desse mundo à parte de qualquer movimento, qualquer devir. Produz-se agora o caosmo-radícula ao invés do cosmo-raiz. Trata-se de uma função que repete-se na variável, ela por ela mesma em todas as ocasiões excluindo tudo que esteja à sua margem, a unidade se repete no múltiplo, trata-se de n=1.
Os autores apresentam como seu próprio modelo uma anunciação da pós-modernidade, o concepto de rizoma, que dispõe-se a reconhecer as multiplicidades, os movimentos, os devires. A unidade estaria no múltiplo unicamente como uma subtração deste, como n-1. Ainda que possa arborificar-se em determinados momentos, o rizoma de forma alguma é uma arborificação. O rizoma, distintamente das árvores e suas raízes, conecta-se de um ponto qualquer a um outro ponto qualquer, pondo em jogo regimes de signos muito diferentes, inclusive estados de não-signos. Não deriva-se de forma alguma do Uno, nem ao Uno acrescenta-se de forma alguma (n+1). Não constitui-se de unidades, e sim de dimensões. O rizoma é feito de linhas: tanto linhas de continuidade quanto linhas-de-fuga como dimensão máxima, segundo a qual, em seguindo-a, a multiplicidade metamorfoseia-se, mudando de natureza. O rizoma é o que já foi.
"Não se deve confundir tais linhas ou lineamentos com linhagens de tipo arborescente, que são somente ligações localizáveis entre pontos e posições. (...) O rizoma se refere a um mapa que deve ser produzido, construído, sempre desmontável, conectável, reversível, modificável, com múltiplas entradas e saídas, com suas linhas de fuga. São os decalques que é preciso referir aos mapas e não o inverso." (DELEUZE e GUATTARI, 2004, p.32-33)
Os autores propõem o que se pode agrupar em dois tipos de sistemas: centrados e a-centrados. Os sistemas raiz e radícula podem ser classificados como centrados, privilegiando as estruturas arborescentes de ramificação hierárquica, em que cada indivíduo reconhece apenas seu vizinho ativo, seu superior hierárquico. A arborescência preexiste ao indivíduo e nela ele possui um papel fixo. A condição de repetição se instaura no sistema centrado quando as ramificações de seus galhos e suas raízes repetem-se também nas folhas, são sistemas necessariamente contínuos. As folhas são o decalque da árvore, que os articula e hierarquiza.
“Os autores assinalam a esse respeito que mesmo quando se acredita atingir uma multiplicidade, pode acontecer que essa multiplicidade seja falsa – o que chamamos tipo radícula – porque sua apresentação ou seu enunciado de aparência não hierárquica não admitem de fato senão uma solução totalmente hierárquica.” (DELEUZE e GUATTARI, 2004, p.27)
Em contraponto aos sistemas centrados, que privilegiam o centro, são apresentados os a-centrados, em que o privilégio é dos meios, dos intervalos, das ervas-daninhas entre as plantações tão cartesianamente organizadas. O rizoma é classificado como a-centrado, uma rede de autômatos finitos. A condição deste tipo de sistema é a de complexidade, em que não há um decalque, uma cópia de uma ordem central, mas sim múltiplas conexões que são estabelecidas a todo o momento, num fluxo constante de desterritorialização e reterritorialização. O problema proposto pelo rizoma é análogo ao da máquina de guerra, a Firing Squad: é necessário realmente um general para que os n indivíduos disparem simultaneamente?
O rizoma, como um sistema a-centrado, seria, portanto, a expressão máxima da multiplicidade em detrimento às outras duas condições apresentadas de raiz e radícula, que não expressam nada mais do que a proposta de um todo disciplinador, um totalitarismo estrutural.
Tendo como premissa - "Rizoma", como solo firme, podemos estabelecer que o conhecimento é a estrutura arbórea e suas ramificações (galhos), representam a especialização e sua ligação ao tronco a genealogia.
Rizomas nos remetem à multiplicidade. Não há um rizoma, mas rizomas abertos capazes de proliferar pensamentos que passam a ter funcionalidade.
Bibliografia
Disponível em <http://pt.wikipédia.org.wiki/rizoma>, em 08/06/2009
Postado por: José Mário Corrêa

O LUGAR E O COTIDIANO

O conceito de lugar ganhou nova dimensão, que foge ao senso comum, quando visualizado pelas mais recentes correntes do pensamento geográfico: a geografia humanística e a geografia marxista, que viabilizaram um redimensionamento não só do conceito de lugar bem como de diversos outros conceitos fundamentais da geografia.
Em sua nova visão, o lugar ganha em abrangência de significado deixando de ser compreendido apenas como um espaço produzido, ao longo de um determinado tempo, pela natureza e pelo homem, para ser visto como uma construção única, singular, carregada de simbolismo e que agrega idéias e sentidos produzidos por aqueles que o habitam.
Muito além de um espaço físico, de uma paisagem repleta de elementos e de referências peculiares passíveis de descrições objetivas e racionalizadas, o lugar, na visão humanística, constitui-se como uma paisagem cultural, campo da materialização das experiências vividas que ligam o homem ao mundo e às pessoas, e que despertam os sentimentos de identidade e de pertencimento no indivíduo. É, portanto, fruto da construção de um elo afetivo entre o sujeito e o ambiente em que vive.
Inicialmente, o lugar foi definido por Aristóteles como o espaço que circunda o corpo. Descartes, buscando elaborar o conceito aristotélico, afirma que a determinação do lugar deve obedecer à relação da posição do corpo com a posição dos outros corpos.
A dialética marxista identifica na apropriação capitalista do espaço um processo de personalização dos lugares que, simultaneamente, reconstroem suas singularidades e expressam o fenômeno global em curso nos últimos séculos.
Apesar das singularidades dos diversos lugares, crescem, especialmente em função da expansão das redes de comunicação e de transportes que vivenciam franca aceleração no mundo contemporâneo, as interações entre os lugares, embora hierarquizadas de acordo com suas infra-estruturas logísticas conectoras.Portanto, o conceito de lugar amplia-se profundamente diante das novas visões desenvolvidas por aqueles que se debruçaram sobre ele mediante as perspectivas marxistas e humanísticas da geografia recente.
Expressando singularidade e globalidade, e materializando a construção de identidades individuais e coletivas, o lugar passa a representar muito mais do que um espaço que circunda o corpo.


Postado por:José Mário Corrêa em 08/06/2009

sábado, 6 de junho de 2009

O QUE É O PLANO DIRETOR???

O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento do Município. Sua principal finalidade é orientar a atuação do poder público e da iniciativa privada na construção de espaços urbano e rural na oferta dos serviços públicos essenciais, visando segurar melhores condições de vida para a população.
Por que fazer o plano diretor?
Por exigência constitucional (Lei Federal 10.257/01 - Estatuto da Cidade), para municipios com mais de 20.000 habitantes . No estado de São Paulo, através de legislação estadual é estendida à todos os 645 municipios a obrigatoriedade da elaboração de seus planos diretores, objetivando uma melhor qualidade de vida para todos.
Como é feito?
Por iniciativa do Prefeito, através de discussão e participação da comunidade, para ser transformado em lei pela Câmara Municipal.
Quem participa?
O prefeito Municipal, a população e a Câmara Municipal.
O que proporciona?
O plano reflete os anseios da comunidade e indica os caminhos para uma cidade melhor.
O que se espera do Plano Diretor?
Que proponha meios para garantir e incentivar a participação popular na gestão do municipio; que aponte rumos para um desenvolvimento local economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente equilibrado; que proponha soluções para a melhoria da qualidade da gestão pública local, tornando-a mais apta a utilizar os recursos públicos e a prestar melhores serviços à população; que apresente diretrizes e instrumentos para que os investimentos em saneamento, transporte coletivo, saúde, educação, equipamentos urbanos, habitação popular sejam adequadamente distribuídos e beneficiem toda a população e finalmente que proponha diretrizes para proteger o meio ambiente, os mananciais, as áreas verdes e o patrimônio histórico local.

Postado por: José Mário Corrêa

terça-feira, 26 de maio de 2009

O LUGAR E O COTIDIANO


Este estudo preliminar resultante da interlocução entre autores/as e documentos evidencia que os debates que se acirraram a partir da década de 1980, remetem ao reconhecimento daquilo que se faz necessário ponderar em relação aos espaços educativos quanto à escolha de uma concepção de currículo; a realização de um projeto político pedagógico; a redefinição da finalidade do planejamento; a consideração dos direitos/deveres dos sujeitos participantes do processo educativo; a articulação entre a realidade/ cotidiano, conhecimentos dos/as alunos/as e a apropriação de conhecimentos científicos e tecnológicos. Pautado por tais indicativos é que há alguns anos vêm ocorrendo vários movimentos nas redes públicas de ensino, algumas escolas privadas e pelos órgãos gestores da educação (tanto a nível municipal, estadual ou federal) em busca da elaboração de propostas, projetos e/ou princípios e diretrizes para educação, os quais passam a ocupar o lugar de documentos–referência para organização e planejamento do trabalho educacional.

CONCLUSÕES:

A análise dos objetivos apontados nos PCNs reforçam a importância de que a prática pedagógica em Fundamentos e Metodologia de Ciências esteja atenta a tais exigências para que possa contribuir na formação de professores/as que terão que atender a tais objetivos ou outras mudanças curriculares no planejamento de seu trabalho docente junto às crianças, assim como manter-se atualizado acerca das demais demandas da sociedade contemporânea. Diante do exposto acima se justifica o desdobramento deste projeto que se refere à formação de pedagoga/professora quanto ao perfil profissional desejado e necessário ao contexto social e educacional atualmente. Neste sentido é preciso investigar a história desta disciplina que aborda o ensino de ciências nos currículos de pedagogia. A intenção de focalizar a área de ciências é proveniente dos dados iniciais obtidos e também pela evidente relevância dos conceitos e temas que podem ser trabalhados nesta disciplina e que são diretamente vinculados ao cotidiano das crianças e da população em geral, mas que permanecem ignorantes diante da possibilidade de perceber que a realidade é cognoscível.
José Pereira Lima

A MICRO POLITICA


RACIONALISMO & MACRO POLÍTICA X INCREMENTALISMO & MICRO
POLÍTICA
PROPOSTAS ANTAGÔNICAS DE PLANEJAMENTO POLÍTICO



Dimas Enéas Soares Ferreira
*


INTRODUÇÃO


“Está se tornando um lugar comum que
a política é a arena do irracional (...)”
Harold Lasswell



Os métodos racional-compreensivo e incrementalista têm sido alvo dos estudos da ciência política. Quando buscamos situa-los no método Descritivo Referencial, observamos que se encaixam em dois níveis políticos, ou seja, o método racional-compreensivo se relaciona com a macro-política e suas grandes análises do cenário político-institucional, já o método incrementalista liga-se à micro-política e à busca de soluções para problemas mais imediatos e prementes. Para isso, busco encontrar algumas respostas a questionamentos que se impõem, através do estudo do planejamento político.
O planejamento político, enquanto sistema, possibilita superar alguns obstáculos impostos pela excessiva centralização dos poderes do Estado nas decisões, mas para isso, ele deve ter objetivos a serem cumpridos como (i) reduzir a área de incerteza; (ii) adaptar as dimensões de tempo; (iii) alargar a base de informações com a análise dos efeitos das ações alternativas e (iv) ser fonte de inovação e combate a inércia administrativa.
[1][1]
Segundo Anthony Downs, os economistas analisam, planejam e decidem racionalmente. Dessa forma, crêem poder prever as decisões, já que serão sempre tomadas aquelas consideradas mais razoáveis para se alcançar as metas previstas. Portanto, o homem racional sempre age de acordo com os seguintes critérios: (i) consegue tomar uma decisão quando confrontado com várias alternativas; (ii) classifica todas as alternativas em ordem de preferência; (iii) seu ranking de preferências é transitivo, ou seja, pode ser mudado; (iv) a escolha recai sempre sobre a primeira preferência; (v) a decisão sempre é a mesma quando são dadas as mesmas preferências.

José Pereira Lima

A FORÇA DO LUGAR

O estado atual da ordem legal internacional

Desde que surgiu na mente das elites européias – há aproximadamente quatro séculos – até a última metade do Século XX, o direito internacional foi considerado um facilitador, uma vez que expressava os termos de coexistência entre comunidades politicamente organizadas, que não reconheciam qualquer autoridade superior.1 Gradativamente, o Direito Internacional emergiu da derrota das ambições imperiais dos Habsburgos e das reivindicações papais para reger as vidas espirituais e morais de todos os povos da cristandade. Em processo análogo ao desenvolvimento aluvial da ordem entre habitantes indígenas, de aldeias remotas sem instituições políticas formais, líderes das comunidades européias — independentes de facto uns dos outros, mas estreitamente relacionados cultural, histórica e valorativamente para se considerarem de espécies diferentes — desenvolveram inevitavelmente um entendimento comum da natureza de suas relações e o caminho certo para lidar com casos de sobreposição dos direitos de soberania ou de incerteza no locus ou nos indícios de soberania.

De um modo geral, os governantes podiam viver como proprietários de terra, com liberdade para fazer o que bem entendessem em suas respectivas propriedades.

A Carta das Nações Unidas levou a lógica da igualdade de direitos e deveres ainda mais longe ao proibir o uso da força para privar os Estados de seus territórios e ao consolidar as atividades de elaboração e cumprimento das leis e de tomada de decisões autônomas contíguas à idéia de um Estado soberano.2

Ao longo de toda a Guerra Fria, essa proibição da Carta dominou o discurso sobre as obrigações dos Estados. Entretanto, durante o período de aproximadamente quatro décadas e meia – decorrido entre a fundação das Nações Unidas e o fim declarado da guerra – os Estados Unidos, por meio de forças regulares ou por “procuradores”, invadiram a Guatemala, Cuba, República Dominicana, Granada e Panamá; enquanto a União Soviética fez o mesmo na Hungria, Tchecoslováquia e Afeganistão. Além disso, ambos ignoraram os ostensivos direitos de soberania de outros Estados – a fim de manipular sua política interna – 3 ao adotarem uma série de meios ilícitos menos chamativos que a invasão. Quanto à desconsideração às restrições da Carta sobre a intervenção de um modo geral e o uso da força em particular, as superpotências, obviamente, não estavam sozinhas. A França, por exemplo, formou e desfez governos na África Ocidental de modo discricionário.


José Pereira Lima

A metáfora do rizoma

A metáfora do rizoma: contribuições para uma educação apoiada em comunicações e informática
Eliana Povoas Pereira de Brito*
Gertrudes Aparecida Dandolini**


Resumo: As mudanças socioculturais e tecnológicas do mundo contemporâneo criam incessantes modificações nas entidades sociais e no pensamento humano descortinando novos universos no dia a dia das pessoas. No centro destas modificações, os currículos dos Cursos de Graduação tornaram-se grandes desafios dos sistemas educacionais de modo geral, e para a educação a distância, em particular. O modelo linear e seqüencial de currículo está ultrapassado e com todas as mudanças que estão ocorrendo é necessário romper com este modelo. Neste artigo apresentamos alguns princípios que norteiam a criação de currículos baseados na metáfora rizoma. Entendemos as dificuldades de colocar em prática o desenho de um currículo não disciplinarizado (afinal, somos produtos das disciplinas). O processo é gradativo e lento, mas estamos certas de que é preciso ousar e apostar na construção de redes de conhecimento a partir de um trânsito transversal por entre os campos do saber.
José Pereira Lima

sábado, 16 de maio de 2009

OS POBRES DA CIDADE

Com o objetivo de resgatar as imagens e representação da pobreza urbana na Brasil ao longo dos últimos cem anos, lechia Valadares discorre através de uma vasta literatura como o Brasil enquanto nação moderna e urbana passa a definir a pobreza e seus sujeitos, a intenção não é investigar sem houver ou não aumento da pobreza, mais sim analise da natureza do termo “pobreza” e “pobre” e seus sinônimos dentro de um contexto de mudanças na sociedade brasileira.
Discutem o curso de uma nova ordem econômica e o advento da republica, a formação e o controle da classe trabalhadora e a criação de novos valores na virada do século no rio de janeiro e são Paulo; verificando o processo de urbanização e as transformações no mercado de trabalho com o surgimento da industrialização e terceirização, onde seu principal objetivo era a analise das camadas populares dentro dessas mudanças, onde a autora sugere uma multiplicidade ao tratar da pobreza – sanitarista, jurídico, político e econômico. O qual será dividido em três período distinto:

• Virada do século foi marcada pela transição do Brasil para uma ordem capitalista

• Décadas de 50 e 60, um amplo mercado de trabalho urbano, urbanização e marginalização de alguns segmentos da população das grandes cidades.

• Décadas de 70 e 80, uma forte crise no modelo de desenvolvimento e o aumento do trabalho informal nas metrópoles e por outro lado um processo de concentração de renda.


A parti de da analise de cada uma período se tenta chega à concepção de pobreza, cuja hipótese é que tal evolução guarda estreita relação com o processo de urbanização e transformação no mercado de trabalho.

José Pereira Lima

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A BONECA E A ROSA BRANCA



Corri ao mercado para comprar uns presentinhos, que não havia conseguido comprar antes. Quando vi todas aquelas pessoas no mercado, comecei a reclamar comigo mesmo: "Isto vai demorar a vida toda, e ainda tenho tantas coisas para fazer, outros lugares para ir."

“Como gostaria de poder apenas me deitar, dormir e só acordar após tudo isso." Sem notar, fui andando até a seção de brinquedos, e lá comecei a bisbilhotar os preços, imaginando se as crianças realmente brincam com esses brinquedos tão caros.

Enquanto olhava a seção de brinquedos, notei um garoto de mais ou menos 5 anos pressionando uma boneca contra o peito.

Ele acarinhava o cabelo da boneca e a olhava tão triste, que fiquei tentando imaginar para quem seria aquela boneca que ele tanto apertava.

O menino virou-se para uma senhora próximo a ele e disse: "Tia, você tem certeza que eu não tenho dinheiro suficiente para comprar esta boneca?"

A senhora respondeu: “ Você sabe que o seu dinheiro não é suficiente, meu querido!" E ela perguntou ao menino, se ele poderia ficar ali olhando os brinquedos por 5 minutos, enquanto ela iria olhar outra coisa.

O pequeno menino estava segurando a boneca em suas mãos. Finalmente comecei a andar em direção ao garoto e perguntei para quem ele queria dar aquela boneca e ele respondeu:

"Esta é a boneca que a minha irmã mais adorava, e queria muito ganhar. Ela estava tão certa que o Papai daria esta boneca para ela este ano.”

Eu disse: "Não fique tão preocupado, com certeza ele irá dar a boneca para sua irmã." Mas ele triste me disse: "Não, o Papai não poderá levar a boneca onde ela está agora.Tenho que dar esta boneca pra minha mãe, assim ela poderá dar a boneca à minha irmã, quando ela for lá."

Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto ele falava: "Minha irmã teve que ir embora para sempre. O papai me disse que a mamãe também irá embora para perto dela em breve. Então pensei que a mamãe poderia levar a boneca com ela e entregar a minha irmã.".

Meu coração parou de bater. Aquele garotinho olhou para mim e me disse: "Eu disse ao papai para dizer a mamãe não ir ainda. Pedi à ele que esperasse até eu voltar do mercado."

Depois ele me mostrou uma foto muito bonita dele rindo, e me disse: "Eu também quero que a mamãe leve esta foto, assim ela também não se esquecerá de mim.”
“Eu amo minha mãe e gostaria que ela não tivesse que partir agora, mas meu pai disse que ela tem que ir para ficar com a minha irmãzinha.” Ele ficou olhando para a boneca com os olhos tristes e muito quietinho. Rapidamente procurei minha carteira e peguei algumas notas e disse para o garoto: "E se contássemos novamente o seu dinheiro, só para termos certeza de que você tem o dinheiro para comprar a boneca?”

Coloquei as minhas notas junto ao dinheiro dele, sem que ele percebesse, e começamos a contar o dinheiro. Depois que contamos, o dinheiro iria dar para comprar a boneca e ainda sobraria um pouco. E o garotinho disse: “Obrigado Senhor por atender o meu pedido e me dar o dinheiro suficiente para comprar a boneca".

Então ele olhou para mim e disse: "Ontem antes de dormir, pedi à Deus que fizesse com que eu tivesse dinheiro suficiente para comprar a boneca, assim a mamãe poderia levar a boneca. Ele me ouviu ...e eu também queria um pouco mais de dinheiro para comprar uma rosa branca para minha mãe, mas não ousaria pedir mais nada a Deus.

“E Ele me deu dinheiro suficiente para comprar a boneca e a rosa branca. Você sabe, a minha mãe adora rosas brancas.” Uns minutos depois, a senhora voltou e eu fui embora sem ser notado. Terminei minhas compras num estado totalmente diferente do que havia começado. Entretanto não conseguia tirar aquele garotinho do meu pensamento.

Então me lembrei de uma notícia no jornal local de dois dias atrás, quando foi mencionado que um homem bêbado numa caminhonete, bateu em outro carro, e que no carro estavam uma jovem senhora e uma menininha.

A criança havia falecido na mesma hora e a mãe estava em estado grave na UTI, e que a família havia decidido desligar os aparelhos, uma vez que a jovem não sairia do estado de coma.

E pensei, será que seria a família daquele garotinho? Dois dias após meu encontro com o garotinho, li no jornal que a jovem senhora havia falecido. Não pude me conter e sai para comprar rosas brancas,fui ao velório daquela jovem .... Ela estava segurando uma linda rosa branca em suas mãos, junto com a foto do garotinho e com a boneca.

Eu deixei o local chorando, sentindo que a minha vida havia mudado para sempre. O amor daquele garotinho por sua mãe e irmã continua gravado em minha memória até hoje.

É difícil de acreditar e imaginar que numa fração de segundos, um bêbado tenha tirado tudo daquele pequeno garotinho.

Agora você tem duas opções: 1. Mande essa mensagem a todos que você conhece; 2. Ou apague esta mensagem, e faça de conta que ela não tocou o seu coração. Se você mandar essa mensagem, talvez ajude aquelas pessoas que bebem e saem dirigindo pelas ruas, a pensar um pouco mais, e ajude a prevenir os acidentes que acontecem durante os feriados.
Ser solidário é respeitar a sua vida e a do outro. Se for dirigir, não beba. Não permita que alguém bêbado coloque em risco a sua vida e a de seus semelhantes.

Agindo assim você estará salvando outras vidas e a sua vida também.


Créditos
Texto :Desconheço o Autor
Música : Enni Morricone
Formatação : Emily Sant
José Pereira Lima

quinta-feira, 14 de maio de 2009

DESENVOLVIMENTO

(Roberto Alves da Rocha)

O homem diz que evoluiu, mas se pararmos um pouco e olharmos a humanidade, o ser humano foi tendo transformações em sua maneira de viver; foi se conhecendo melhor, mas na sua essência tem muito do “homem das cavernas” adaptável pelas ocasiões e situações de eras diferentes.
Ao viver sua política de vida, ao adaptar-se a regimes políticos muitas vezes autoritários, procurou o ser humano, o que ele achava de melhor para si, mas nem sempre foi feliz, no sentido de demonstrar uma evolução, e sim tão somente de uma adaptação à situações, que sempre encontra algo que substitua depois de um tempo, mas que não demonstra em nada evolução e sim apenas modificação.
O que chamamos de desenvolvimento na verdade pode ser uma mudança momentânea. O que chamamos que é progresso pode ser agora e daqui a pouco ser um atraso, como foi a destruição das matas para se construírem cidades, que aliada a outros chamados “desenvolvimentos” geraram o desequilíbrio do eco-sistema.
O mundo criou muitos “ismos” e o mais perigoso é o de hoje, o capitalismo, que valoriza somente o capital e não o ser humano.
Se corremos para a destruição não sabemos. Temos apenas idéias baseadas nos dias atuais, com o desenvolvimento da tecnologia; se continuarmos assim e com os perigos mortais que assolam o mundo, como por exemplo as bombas e as doenças, somente uma retomada de posição, uma análise conscienciosa da humanidade, poderá reverter o quadro que se avista num futuro não tão distante.
Não devemos viver visualizando o “apocalipse”, mas colocando os pés no chão, usando a tecnologia para melhorar o ser humano e sua vida e não para que ele seja escravo do chamado “desenvolvimento”.
OS INTELECTUAIS E O PODER

(Roberto Alves da Rocha)

Na conversa de Michel Foucault e Gilles Deleuze encontramos muita teoria sobre a posição dos intelectuais.
Baseado no texto lido, encontro que o poder é algo que fascina e que corrompe quando não representa a opinião de um povo e sim, tão somente das classes sociais que sempre manipularam e continuam com suas práticas.
Quando Michel Foucault fala que “é possível que as lutas que se realizam agora e as teorias locais, regionais, descontínuas, que estão se elaborando nestas lutas e fazem parte delas, sejam o começo de uma descoberta do modo como se exerce o poder”, fico pensando nos em parte dos políticos brasileiros e dos ativistas de movimentos sociais do país, que tem interesse de poder, somente para poder levar vantagens e não para servir uma comunidade.
Gostei quando Gilles Deleuze fala que “uma teoria é como uma caixa de ferramentas. Nada tem a ver com o significante... É preciso que sirva, é preciso que funcione. E não para si mesma”, porque acho que isso é uma grande verdade que muitos intelectuais não conseguem ver, com suas teorias.
Em minha opinião a conversa é de profundidade literária, mas que na prática pode não ser adaptável à sua essência, principalmente por ser tudo isso relativo ao ser humano, que é muitas vezes imprevisível e não adepto à teorias, principalmente em relação a sua vida, ao poder e a opressão que muitas vezes o poder gera.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O Rizoma é regido por seis princípios básicos

Dessa forma, o paradigma dos “rizomas” reconhece a interdependência entre todos os fatores da realidade e é regido por seis princípios básicos: a conexão, a heterogeneidade, o rizoma, a ruptura asignificante, a cartografia e a decalcomania (DELEUZE, GUATARRI, 1995:15-22). Pode-se dizer que, em tempos de pós-modernidade, em início do terceiro milênio, sob a força de grandes acontecimentos, mudanças, rupturas e desagregações, o currículo em rede de saberes insere-se nesse paradigma emergente. Assim, para pensar a educação num novo paradigma, na pósmodernidade, há que se levar em conta o sujeito humano, a sociedade, a história, a cultura e a linguagem.

Nesse sentido, a educação se vê comprometida com a relação biopsicosocial, cognitiva e cultural do homem com o meio, podendo provocar transformações, ao mesmo tempo em que poderá construir e reconstruir tudo em movimentos contínuos e recursivos, tendo em vista as necessidades básicas prementes do momento sócio-econômico, político e histórico.

No decorrer desse processo, o conhecimento e a realidade são socialmente construídos e constituídos, por meio de experiências, vivências e situações significativas que desencadeiam formas de comportamentos e atitudes. A atitude desse homem, na realidade, não é a de um ser abstrato, mas a de um ser que age e interage objetivamente, como ser histórico que se relaciona 4 com a natureza e com outros seres humanos no exercício de atividades práticas, com finalidades e interesses, nas relações sociais (KOSIK, 1976:9-10).

José Pereira Lima

domingo, 10 de maio de 2009

POLÍTICA E JARDINAGEM


"Sobre política e fardinagem"

De todas as vocações, a política é a mais nobre. Vocação, do latim vocare, quer dizer chamado. Vocação é um chamado interior de amor: chamado de amor por um ‘fazer’. No lugar desse ‘fazer’ o vocacionado quer ‘fazer amor’ com o mundo. Psicologia de amante: faria, mesmo que não ganhasse nada.‘Política’ vem de polis, cidade. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade.Talvez por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam com cidades: sonhavam com jardins. Quem mora no deserto sonha com oases. Deus não criou uma cidade. Ele criou um jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu ‘o que é política?’, ele nos responderia, ‘a arte da jardinagem aplicada às coisas públicas’.O político por vocação é um apaixonado pelo grande jardim para todos. Seu amor é tão grande que ele abre mão do pequeno jardim que ele poderia plantar para si mesmo. De que vale um pequeno jardim se à sua volta está o deserto? É preciso que o deserto inteiro se transforme em jardim.Amo a minha vocação, que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem amor mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um poeta forte: ele tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade. A vocação política é transformar sonhos em realidade. É uma vocação tão feliz que Platão sugeriu que os políticos não precisam possuir nada: bastar-lhes-ia o grande jardim para todos. Seria indigno que o jardineiro tivesse um espaço privilegiado, melhor e diferente do espaço ocupado por todos. Conheci e conheço muitos políticos por vocação. Sua vida foi e continua a ser um motivo de esperança.Vocação é diferente de profissão. Na vocação a pessoa encontra a felicidade na própria ação. Na profissão o prazer se encontra não na ação. O prazer está no ganho que dela se deriva. O homem movido pela vocação é um amante. Faz amor com a amada pela alegria de fazer amor. O profissional não ama a mulher. Ele ama o dinheiro que recebe dela. É um gigolô.Todas as vocações podem ser transformadas em profissões O jardineiro por vocação ama o jardim de todos. O jardineiro por profissão usa o jardim de todos para construir seu jardim privado, ainda que, para que isso aconteça, ao seu redor aumente o deserto e o sofrimento.Assim é a política. São muitos os políticos profissionais. Posso, então, enunciar minha segunda tese: de todas as profissões, a profissão política é a mais vil. O que explica o desencanto total do povo, em relação à política. Guimarães Rosa, perguntado por Günter Lorenz se ele se considerava político, respondeu: ‘Eu jamais poderia ser político com toda essa charlatanice da realidade... Ao contrário dos ‘legítimos’ políticos, acredito no homem e lhe desejo um futuro. O político pensa apenas em minutos. Sou escritor e penso em eternidades. Eu penso na ressurreição do homem.’ Quem pensa em minutos não tem paciência para plantar árvores. Uma árvore leva muitos anos para crescer. É mais lucrativo cortá-las.Nosso futuro depende dessa luta entre políticos por vocação e políticos por profissão. O triste é que muitos que sentem o chamado da política não têm coragem de atendê-lo, por medo da vergonha de serem confundidos com gigolôs e de terem de conviver com gigolôs.Escrevo para vocês, jovens, para seduzi-los à vocação política. Talvez haja jardineiros adormecidos dentro de vocês. A escuta da vocação é difícil, porque ela é perturbada pela gritaria das escolhas esperadas, normais, medicina, engenharia, computação, direito, ciência. Todas elas, legítimas, se forem vocação. Mas todas elas afunilantes: vão colocá-los num pequeno canto do jardim, muito distante do lugar onde o destino do jardim é decidido. Não seria muito mais fascinante participar dos destinos do jardim?Acabamos de celebrar os 500 anos do descobrimento do Brasil. Os descobridores, ao chegar, não encontraram um jardim. Encontraram uma selva. Selva não é jardim. Selvas são cruéis e insensíveis, indiferentes ao sofrimento e à morte. Uma selva é uma parte da natureza ainda não tocada pela mão do homem. Aquela selva poderia ter sido transformada num jardim. Não foi. Os que sobre ela agiram não eram jardineiros. Eram lenhadores e madeireiros. E foi assim que a selva, que poderia ter se tornado jardim para a felicidade de todos, foi sendo transformada em desertos salpicados de luxuriantes jardins privados onde uns poucos encontram vida e prazer.Há descobrimentos de origens. Mais belos são os descobrimentos de destinos. Talvez, então, se os políticos por vocação se apossarem do jardim, poderemos começar a traçar um novo destino. Então, ao invés de desertos e jardins privados, teremos um grande jardim para todos, obra de homens que tiveram o amor e a paciência de plantar árvores à cuja sombra nunca se assentariam. (Folha de S. Paulo, Tendências e Debates, 19/05/2000.)
Há descobrimentos de origens. Mais belos são os descobrimentos de destinos. Talvez, então, se os políticos por vocação se apossarem do jardim, poderemos começar a traçar um novo destino. Então, ao invés de desertos e jardins privados, teremos um grande jardim para todos, obra de homens que tiveram o amor e a paciência de plantar árvores à cuja sombra nunca se assentariam. (Folha de S. Paulo, Tendências e Debates, 19/05/2000.)
Postado por:José Mário Corrêa em 10/05/2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Constituição Histórica e Aspectos Ideológicos dos Conceitos de Turismo

RESUMO

Os estudos sobre turismo e patrimônio apontam elementos de aproximação entre os dois conceitos. A concepção de turismo de massa está intimamente vinculada à constituição do mundo moderno, em especial no que se refere à divisão entre tempo de trabalho e tempo livre e à constituição da classe operária, grande motivadora da prática do turismo, elemento indicado por autores como John Urry e Eric Hobsbawn. Já a noção de patrimônio vincula-se à constituição do que hoje chamamos de Estado Liberal, estando relacionada à ideologia burguesa e à necessidade da constituição de uma identidade una. O presente trabalho visa realizar uma análise contextual e ideológica que possibilite o entendimento dos conceitos de turismo e patrimônio como parte de um mesmo processo histórico, servindo como elementos de constituição e fortalecimento de identidades distintas: uma, da classe burguesa, e outra, do proletariado. No entanto, entendemos que a dinâmica histórica leva também a um dinamismo conceitual, no qual o patrimônio adquire características que fortalecem identidades coletivas que não as dominantes, e o turismo é apropriado e transformado pelas elites, seja a partir de sua exploração mercantil ou da constituição de outras formas de se pensar o turismo, não mais vinculadas exclusivamente ao lazer e ao tempo livre.

Palavras Chaves: Patrimônio Histórico, Turismo, Identidade.

Aspectos Históricos da Constituição dos Conceitos de Patrimônio e Turismo
A constituição do mundo moderno foi marcada por profundas transformações na Europa Ocidental, sendo um momento de ascensão do Estado Liberal, que trouxe consigo novos conceitos, práticas e concepções de mundo. É neste contexto que aproximamos, neste trabalho, as idéias de turismo e patrimônio, o primeiro entendido como prática social, e o segundo como importante elemento de legitimação do Estado e, em conseqüência, da burguesia em ascensão. John Urry, no livro intitulado “O Olhar do Turista: Lazer e Viagens nas Sociedades Contemporâneas” (1996) demonstra que a constituição do turismo de massa está intimamente vinculada à formação da classe operária inglesa. Para tanto, foram necessárias condições como a internacionalização da economia, a centralização dos meios de produção, a divisão social do trabalho, o desenvolvimento de meios de transportes e de comunicações e a distinção entre tempo do trabalho e do ócio. Estes elementos se uniram ao processo de mercantilização e democratização das viagens, entendidas como objeto de consumo.
Fonte:Leandro Henrique Magalhães
José Pereira Lima

terça-feira, 5 de maio de 2009

QUAL O DESENVOLVIMENTO PROPORCIONADO PELO CAPITALISMO???

"O capitalismo jamais será benéfico para esta geração, nem para as próximas, nem para o futuro do planeta, pois ele não enxerga seres humanos, em seu lugar vê apenas consumidores".


Postado por: José Mário Corrêa

O QUE O DESENVOLVIMENTO TROUXE PARA A HUMANIDADE??

O que o desenvolvimento trouxe para a humanidade??? É a da constatação de uma das grandes contradições da humanidade: o modo segundo o qual a sociedade organizou-se historicamente, mesmo reconhecendo que trouxe avanços extraordinários, por exemplo, no campo do conhecimento, não resolveu questões básicas como a disseminação e apropriação universal deste mesmo conhecimento, visando o bem estar de todos.
Ao contrário, mantém ainda hoje os privilégios, a injustiça social, a marginalização dos povos.
Como conseqüência deste “modelo” de sociedade, a maneira como se vive na maior parte do planeta causa grandes impactos ambientais , por falta de reflexão sobre a responsabilidade de cada ato, e suas conseqüências para as futuras gerações.

A vida e o ambiente são intimamente ligados, interdependentes; a Terra é um sistema vivo, que tem sido enxergado apenas como fonte de insumos para a sobrevivência humana, e o desenvolvimento da chamada “sociedade de consumo”. Os limites do planeta, exaurido por este modelo de sociedade, estão cada vez mais próximos, mas poucos estão conscientes disto.
Mudanças Ambientais Globais estão ocorrendo e não podem ser separadas de questões de desenvolvimento.
As relações do crescente aquecimento global com as intervenções antrópicas nos ecossistemas estão exaustiva e cabalmente demonstradas pela comunidade científica nacional e internacional.
Há ainda uma questão de ética e justiça: as pessoas que vão sofrer as conseqüências mais graves das Mudanças Ambientais Globais são aquelas que menos contribuíram para este grave problema.



Postado por: José Mário Corrêa

segunda-feira, 4 de maio de 2009

FILME - A HISTÓRIA DAS COISAS

O filme " A história das coisas", aborda e questiona o intenso consumo de produtos industrializados, o papel dos meios de comunicação e da publicidade no estímulo ao consumo, a geração de imensas quantidades de lixo, a formação de grandes corporações capitalistas, a submissão dos governos a estas corporações, a exploração dos trabalhadores e dos bens naturais dos países pobres e a divisão internacional do trabalho.
A contaminação dos produtos industriais que usamos e a poluição do meio ambiente por substâncias tóxicas, como a perigosa dioxina, são explicadas e criticadas no filme. Embora esse filme tenha sido criado para a sociedade norte-americana e seu consumo, algumas situações e exemplos apresentados se aplicam a muitos outros lugares, inclusive o Brasil.
O filme apresenta os conceitos de obsolência planejada, ou seja, produtos feitos para durar pouco e aumentar o consumo, e cria a idéia de que as pessoas devem acompanhar as novidades do mercado, comprar e usar sempre os novos produtos para serem valorizadas na sociedade.
Apesar da abordagem esquisita (narrativa oral) - de denúncia e alerta - o filme é criativo, muito didático e esclarecedor. Ajuda a compreender o mundo contemporâneo e os complexos problemas socioambientais atuais. Por fim, apresenta alternativas e soluções, sempre com um olhar de conjunto e uma abordagem socioambiental (sustentabilidade). Merece ser visto por todas as pessoas que têm uma postura de responsabilidade ambiental e querem aprofundar o seu entendimento.
Postado em 04/05/2009, por José Mário Corrêa

sexta-feira, 1 de maio de 2009

OS INTELECTUAIS E O PODER

"Os intelecuais e o poder", a representação e a teoria e a prática

A 2 de Março de 1972, conversavam Michel Foucault e Giles Deleuze sobre o papel dos intelectuais:
M. F. : [...] o que os intelectuais descobriram recentemente é que as massas não necessitam deles para saber; elas sabem perfeitamente, claramente, muito melhor do que eles; e elas o dizem muito bem. Mas existe um sistema de poder que barra, proíbe, invalida esse discurso e esse saber. Poder que não se encontra somente nas instâncias superiores da censura, mas que penetra muito profundamente, muito sutilmente em toda a trama da sociedade.
Os próprios intelectuais fazem parte desse sistema de poder, a idéia de que eles são os agentes da "consciência" e do discurso também faz parte desse sistema.
O papel do intelectual não é mais o de se colocar "um pouco na frente ou um pouco de lado" para dizer a muda verdade de todos; é antes o de lutar contra as formas de poder exatamente onde ele é, ao mesmo tempo, o objeto e o instrumento: na ordem do saber, da "verdade", da "consciência", do discurso.É por isso que a teoria não expressará, não traduzirá uma prática; ela é uma prática. Mas local e regional [...], não totalizadora. [...] Luta não para uma "tomada de consciência" (há muito tempo que a consciência como saber está adquirida pelas massas[...]), mas para a destruição progressiva e a tomada do poder ao lado de todos aqueles que lutam por ela, e não na retaguarda, para esclarecê-los. Uma "teoria" é o sistema regional desta luta.

G. D. : Exatamente. Uma teoria é como uma caixa de ferramentas [...]. É preciso que sirva, é preciso que funcione. E não para si mesma. Se não há pessoas para utilizá-la, a começar pelo teórico que deixa então de ser teórico, ela não vale nada ou que o momento ainda não chegou. Não se refaz uma teoria, fazem-se outras; há outras a serem feitas [...]. A teoria não totaliza; a teoria se multiplica e multiplica. [...] A meu ver, você foi o primeiro a nos ensinar - tanto em seus livros quanto no domínio da prática - algo de fundamental: a indignidade de falar pelos outros. Quero dizer que se ridicularizava a representação, dizia-se que ela tinha acabado, mas não se tirava a conseqüência desta conversão "teórica", isto é, que a teoria exigia que as pessoas a quem ela concerne falassem por elas próprias.»

O que os intelectuais descobriram recentemente é que as massas não necessitam deles para saber; elas sabem perfeitamente, claramente, muito melhor do que eles; e elas dizem muito bem. Mas existe um sistema de poder que barra, proíbe, invalida esse discurso e esse saber...O papel do intelectual não é mais o de se colocar "um pouco na frente ou um pouco de lado" para dizer a muda verdade de todos; é antes o de lutar contra as formas de poder exatamente onde ele é, ao mesmo tempo, o objeto e o instrumento: na ordem do saber, da "verdade", da "consciência", do discurso"

("Os intelectuais e o poder - conversa entre Michel Foucault e Gilles Deleuze"- trecho extraído da obra "Microfísica do Poder"- M.Foucault)

Referência bibliográfica:

Michel FOUCAULT (1979), "Os Intelectuais e o Poder", Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Edições Graal. 20ª edição, 2004

Postado por: José Mário Corrêa

quinta-feira, 30 de abril de 2009

A ideologia da competência

A ideologia da competência


Assim, o Estado de Bem-Estar social foi uma prática politica para tentar corrigir os problemas econômicos e sociais merentes à sua estrutura desigual. Mas à frente, tal postura foi implementada nos países do chamado Terceito Mundo.
José Pereira Lima

Os intelectuais e o poder

Os intelectuais e o poder

Não se pode tocar em nenhum pontode aplicação so poder sem se defrontar com este conjunto difuso que, a partir de então, se é necessariamente levado a querer explodir a partir de menor reivindicação. Toda defesa ou ataque revolucionário parciais se unem, deste modo à luta operária.

José Pereira Lima

Problemas de Segunda Evidência

O duplo processo, antagônico e ligado, da solidarização e da balcanização do planeta.

Cada vez mais, ao longo deste século, afirma-se a aspiração irresistível a constituir uma nação dotada de um Estado onde havia antes a etnia.Essa aspiração se exprime com frequência em sentido dontrário.

José Pereira Lima

8º Fórum de Comandatuba (Bahia)

Sustentabilidade Ecômica: promover o desenvolvimento no mundo globalizado.

Sustentabilidade Ambiental: criar metas para que haja conservação do meio ambiente.

Sustentabilidade Educacional: propostas para a melhoria da educação em uma futura geração.

O ano da França no Brasil:Intercambio entre as duas nações, para troca de cultura e costumes de cada país.

José Pereira Lima

A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO

A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO

As dificuldades previsíveis, que toda revolução comunista enfrentaria, isto é, a reação militar e econômica do capital, sob a forma de guerra civil e de boicote econômico internacional.

José Pereira Lima

A IDEOLOGIA DA COMPETÊNCIA

(Roberto Alves da Rocha)

O texto de Marilena Chauí cita o Filósofo Francês Claude Lefort que em seu livro “A gênese da ideologia na sociedade moderna” observa que houve uma mudança no modo de operação da ideologia, desde meados do século XX. Até então o que regia era um discurso em que centrava a figura física de alguém que tinha o poder na mão. A partir dos anos 30 com a mudança do processo social do trabalho surgiu o “fordismo” e em consequência a “organização”, que coloca o poder na chamada “lei de mercado”.
Lefort chama a ideologia contemporânea de ideologia invisível que Marilena Chauí prefere chamar de ideologia da competência.
Competência que reúne a organização, a gerência científica e tecnológica no processo de produção intelectual e surgem duas classes sociais resumidas, que são a dos que tem poder porque possuem o saber e dos que não tem poder porque não o possuem.
Assim a ideologia da competência realiza a dominação pelo poder científico e tecnológico e quem não tem esses conhecimentos é excluído; porém essa ideologia que não tem história como afirmou Marx e Engels, também não tem condições de orientar a vida no seu cotidiano, e em minha opinião causa injustiças maiores do que no passado.
Com esse domínio em nome do progresso, a burguesia se julga no direito de dominar os povos que não tem conhecimentos suficientes para enfrentar o mercado e se transforma em dono do tudo e de todos.
Marilena Chauí considera que a grandeza dos dominantes depende sempre da exploração e dominação dos pequenos e que somente uma prática política nascida dos explorados e dominados, será de grande importância e que a crítica da ideologia deve desmascarar o que está escondido e assegura a exploração econômica dos outros.
Em minha opinião a ideologia antes do “fordismo”, adaptada aos nossos dias e a evolução dos conhecimentos científicos e tecnológicos, seria melhor do que a ideologia da competência.
Vejamos, com adaptações que centrasse a idéia na vida das pessoas e não do mercado, é mais viável do que o domínio do “ter” e não “ser” humano, que acontece hoje com maior freqüência..
Vejamos os males que nos atingem hoje, violência, corrupção, degradação da natureza, desvalorização da vida, não são frutos da falta de comando?
Quem deve dirigir a ideologia da humanidade são os seres humanos e não o mercado.



BIBLIOGRAFIA

CHAUI, Marilena de S. A ideologia da competência. São Paulo
Disciplina: Política e Desenvolvimento Local
Prof. Fernando
Turismo 2

domingo, 26 de abril de 2009

A IDEOLOGIA DA COMPETÊNCIA


A autora discute as questões da ideologia à luz do ensaio de Claude Lefort, filosofo francês. Para ele, a partir dos anos 30, ocorreram mudanças no processo social do trabalho, organizado no padrão do "fordismo", em que a empresa controla o processo de produção em que a mercadoria é feita em série e de forma padronizada. Traça o perfil da ideologia burguesa e da contemporânea, como a "ideologia invisível". Discute o papel das ciencias no passado e no presente. Para ele, a tecnologia não é uma ciência aplicada, mas instrumentos de precisão que interferem no conteúdo das ciências.Reunindo tudo isso, como uma mistura de ideologias, vamos obter a divisão entre os que possuem poder porque possuem saber e os que não possuem poder porque não possuem saber.Assim surgiu a ideologia da competência que afirma que a divisão social se dá entre os que tem competência (saber) e os que não a tem.O discurso da competência é o discurso do especialista, que nos ensina a lidar com o mundo.Desse modo, para Chaui, a ideologia é uma conjunto lógico, sistemático e coerente de representações, de normas ou regras de dominação, que determinam os caminhos e os modos de como o homem deve agir.





Bibliografia


CHAUI, Marilena de S. A ideologia da competência. São Paulo: Brasiliense, 2003. p. (102-118).
Disciplina: Política e Desenvolvimento Local
Prof. Ms. Fernando
Turismo 2

Postado por:José Mário Corrêa

REVOLUÇÃO RUSSA DE 1917

A revolução russa de 1917 foi uma série de evento políticos na Rússia, que, após a eliminação da autocracia russa, e depois do Governo Provisório, resultou no estabelecimento do poder soviético sob o controle do partido bolchevique. O resultado foi a criação da União Soviética, que durou até 1991.A Revolução compreendeu duas fases distintas:A Revolução de Fevereiro de 1917, que derrubou a autocracia do Czar Nicolau II da Rússia, o último Czar a governar, e procurou estabelecer em seu lugar uma república de cunho liberal.A Revolução de Outubro (novembro pelo calendário ocidental), na qual o Partido Bolchevique, liderado por Vladimir Lênin, derrubou o governo e impôs o governo socialista soviético, baseado na doutrina marxista (Carl Marx).Até 1917, o Império Russo foi uma monarquia absoluta. A monarquia era sustentada principalmente pela nobreza rural, dona da maioria das terras cultiváveis. Das famílias dessa nobreza saíam os oficiais do exército e os principais dirigentes da igreja Ortodoxa Russa.
O TOTALITARISMO STANILISTA
Defendendo a tese de construção do socialismo num só pais, Stalin tornou-se vitorioso, convencendo o Congresso do Partido Comunista, convertendo-se no ditador absoluto da União Soviética .Assim, sufocou a primeira revolução proletária e deformou profundamente o marxismo, marcando com o selo totalitário os partidos comunistas do mundo inteiro, contrapondo o modelo operário e a ditadura do partido único e do Estado forte.Muitos traços do stanilismo são semelhantes aos do nazifacismo (centralização estatal, partido único com poder total sobre a sociedade, militarilização, nacionalismo, imperialismo, censura do pensamento e expressão, campos de concentração e invenção de “inimigos internos”.Desse modo Stalin conseguiu eliminar do Partido, do Exército e dos principais órgãos do Estado todos os amigos dirigentes revolucionários, muitos dos quais tinham sido grandes companheiros de Lenin; como Zinoiev, Kamenev, Rikov, Muralov entre outros.
As grandes teses de Marx da nova sociedade, da liberdade, da igualdade, da abundância, e da justiça, foram destruídas pelas teses stanilistas, principalmente com a morte do primeiro fundador do Estado socialista, Vladimir Lenin, que ocorreu em janeiro de 1924. Teve inicio então, uma grande luta interna pela disputa do poder soviético.A transformação das idéias e práticas stanilistas em instituições sociais fez com que o sistema não fosse um acontecimento de superfície, que pudesse ser apagado com a morte de Stalin, pois perdurou até o inicio dos anos 90.
A DEMOCRACIA COMO IDEOLOGIA
Dois acontecimentos políticos marcaram o período posterior à Segunda Guerra Mundial: a guerra fria e o surgimento do Estado do Bem-Estar social (Welfare State).A guerra fria foi a divisão geopolítica, econômica e militar entre os dois grandes blocos: o capitalista, sob direção dos Estados Unidos e o bloco comunista sob direção da União Soviética e da China, tendo a invenção da bomba atômica como a principal razão dessa divisão militar, colocando um fim nas guerras convencionais.A social democracia é uma ideologia que surgiu em fins do século XIX e inicio do século XX por partidários do marxismo que acreditavam que a transição para uma sociedade socialista poderia ocorrer sem revoluções, mas por meio de uma evolução democrática.A democracia identificava-se como liberdade e competição: era a lei garantindo os governos escolhidos pela vontade da maioria; é uma ideologia política, e declarando os direitos do homem, porém sua estrutura não permite tais direitos para toda a população; é um regime político eficaz, baseado na idéia de cidadania organizada em partidos políticos, manifestando-se no processo eleitoral de escolha de representantes do povo para solução dos problemas sociais.
A CRIAÇÃO DOS DIREITOS
A criação do Direito, ou melhor, a alteração do Direito pode decorrer da edição de novas leis, gerais, ou especiais, das decisões judiciais e também de atos contratuais, como os contratos coletivos e individuais, que criam normas restritas às partes que os celebram.Fundamentalmente são três: Igualdade, Liberdade e Participação no poder.Um direito, ao contrário de necessidades, carências e interesses, não são particulares e específicos, mas geral e universal, válido para todos os indivíduos, grupos e classes sociais.As lutas por igualdade e liberdade ampliaram os direitos políticos (civis) e, a partir destes, criaram os direitos sociais: trabalho, moradia, saúde, transporte, educação, lazer, cultura; os direitos das chamadas “minorias”.
A SOCIEDADE DEMOCRÁTICA
A democracia é a única forma política que considera o conflito legítimo e legal, permitindo que seja trabalhada politicamente ela própria sociedade.As idéias de igualdade e liberdade como direitos civis dos cidadãos, vão muito além de sua regulamentação jurídica formal.Significam que os cidadãos estão sujeitos de direitos e que, onde tais direitos não existam nem estejam garantidos, tem-se o direito de lutar por eles e exigi-los.Dizemos que uma sociedade - e não um simples regime de governo - é democrática, quando, além de eleições, partida político, divisão dos três poderes da república, respeito à vontade da maioria e das minorias, institui algo mais profundo, que é condição do próprio regime político, ou seja, quando “institui direito”.
OS OBSTÁCULOS À DEMOCRACIA
Conflito de interesses, imposto por uma classe social à outra (mesmo que a ideologia da democracia afirme que todos são livres e iguais).A exploração dos trabalhadores diminuiu muito, sobretudo com o Estudo do Bem Estar Social, mas teve um preço, a exploração recaiu sobre as costas dos trabalhadores do 3º mundo.Para melhorar uma parte do mundo (países do 1º mundo), piorou a dos trabalhadores (3º mundo – principalmente).Nos países do 1º mundo crescia o Estudo do Bem Estar Social e a democracia social, enquanto no 3º mundo eram implantados ditaduras e regimes autoritários.A mudança profunda no modo da produção capitalista para solucionar/resolver a recessão mundial é conhecida por “Neoliberalismo”, afastando a interferência do Estado no planejamento econômico, ocorrendo o abandono do Estudo do Bem-Estar Social (garantia de direitos sociais e políticos).Esse abandono chama-se “Privatização” (na área social) e “Desregulação” (na área econômica).Ambas significam: o capital é racional e pode, por si mesmo, resolver os problemas econômicos e sociais (neoliberalismo).Hoje os direitos econômicos e sociais conquistados pelas lutas populares, estão em perigo, pela mudança no capitalismo. Essa mudança no processo produtivo do trabalho (causado pela tecnologia) tem ocasionado desemprego em massa, movimentos racistas, exclusão social política e cultural.A presença da tecnologia de ponta e conseqüentemente como força produtiva, acumula-se e reproduz-se, excluindo o trabalho.E Estudo do Bem-Estar Social é substituído pelo Estado Neoliberal, defensor da privatização da educação, saúde, transporte, moradia e alimentação.Nova divisão social: a separação entre dirigentes e executantes. Os 1ºs são os que recebem a educação científica tecnológica e vão constituir o poder de mando. Os outros, os executantes, são considerados incompetentes e destinados a obedecer.Essa forma de organização de divisão social propagou-se para a sociedade inteira.Mesmo com todo esse contexto negativo (contrário), os obstáculos impostos à democracia não inviabilizam a sociedade democrática. Pelo contrário. Somente nela somos capazes de percebê-los e lutarmos contra eles.
DIFICULDADES PARA A DEMOCRACIA NO BRASIL
Entendemos, inicialmente, que tanto autoritarismo e democracia são identificados como forma de governo.Depois de concluída uma fase de “Autoritarismo”, afirmamos estar numa Democracia, claramente evidenciada pelo direito ao voto popular, ou seja, no país há eleições.Essa visão é cega na sociedade brasileira. Nossa sociedade é autoritária porque é hierárquica, pois divide as pessoas, em superiores e inferiores. Os que mandam e os que devem obedecer.Não há percepção nem prática da igualdade como um direito.Nossa sociedade é autoritária, porque é violenta.O autoritarismo social e as desigualdades econômicas fazem com que a sociedade brasileira esteja polarizada entre as carências das camadas populares e os interesses das classes abastadas e dominantes.Assim, por exemplo, os partidos políticos costumam ser de três tipos: os clientistas, que mantém relações de favor com seus eleitores, os vanguardistas, que substituem seus eleitores pela vontade dos dirigentes partidários, e os que tratam seus eleitores como um pai de família, ou seja, trata de seus filhos menores.Os representantes do povo (vereadores, deputados, senadores e inclusive presidente), em lugar de cumprir o mandato que lhes foi dado pelos representados, surgem como chefes, mandantes, detentores de favores e poderes.E a “indústria política”, criada pela venda através dos meios de comunicação de massa, cria sonhos aos leitores, nunca realizados.Daí surge o poder judiciário, envolto num saber incompreensível e numa autoridade quase mística.Por isso mesmo, se aceita que a legalidade seja, por um lado, incompreensível, e, por outro, ineficiente (a impunidade não reina livre e solta??) e que a única relação possível com ela seja a da transgressão ( o famoso ”jeitinho”).Como se observa a democracia, no Brasil, ainda está por ser inventada.
BIBLIOGRAFIA

CHAUÍ, Marilena.Cultura e Denocracia.Ed.Cortez-São Paulo,cap11-12ªed/2007.
BURNS,E.Mcnall.História da Civilização Ocidental.Ed.Globo S/A-Porto Alegre.3ªed.1974.
Disciplina – Política e Desenvolvimento Local
Prof. Fernando
FAIBI – 2º Turismo

Postado pelos alunos:
Dirce
José Mário
José Pereira
Roberto Rocha