sábado, 20 de junho de 2009

PROJETO VAI BRASIL

¨O VAI BRASIL é um projeto criado pelo MTur – Ministério do Turismo, em parceria com a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo - BRAZTOA e a Associação Brasileira das Agências de Viagem – ABAV com o intuito de fomentar a comercialização de pacotes turísticos em períodos de baixa ocupação nos diversos destinos do Brasil.
¨ Os serviços turísticos do VAI BRASIL são disponibilizados ao público, com condições especiais de preços, por meio do website http://www.vaibrasil.com.br
¨Fontes: www.brasil.gov.br/emquestao - www.turismo.gov.br - www.vaibrasil.com.br

José Pereira Lima

REGIONALIZAÇÃO - OBJETIVOS

Como objetivo , pretendemos ampliar e qualificar o mercado de trabalho ; dar qualidade ao produto turístico; diversificar a oferta turística; estruturar os destinos turísticos; ampliar o consumo turístico no mercado nacional ; aumentar a inserção competitiva do produto turístico no mercado internacional ; ampliar o consumo turístico no mercado nacional e aumentar o tempo de permanência e gasto médio do turista .

José Pereira Lima

PLANO AQUARELA

¨O Plano Aquarela, criado para divulgar o Brasil no Exterior, está incluído no Plano Nacional de Turismo e entra numa segunda fase, com a oferta de produtos específicos aos públicos estrangeiros. A intenção é potencializar a competitividade nos mercados nacional e internacional com base na malha aérea, integração da América do Sul e dos Modais (aéreo, terrestre, aquaviário e marítimo) nas regiões turísticas.
José Pereira Lima

quarta-feira, 17 de junho de 2009

HABILIDADES NECESSÁRIAS AO BOM PROFISSIONAL DE TURISMO

(Roberto Alves da Rocha)

Tomei conhecimento deste texto através da professora Rosycler, procurei na internet e achei como artigo na Revista Turismo. Considerei um excelente texto, que traz uma ótima síntese sobre o profissional do turismo que estamos pretendendo ser.

1. INTRODUÇÃO
O turismo é uma atividade extremamente complexa que demanda uma forte dedicação por parte dos novos profissionais que pretendem ingressar nesta área. Tanto alunos de graduação como profissionais de outras áreas que estão buscando se inserir no mercado de trabalho em turismo deverão traçar metas para atingir a excelência profissional.Aqui serão apresentadas algumas das habilidades básicas que o bom profissional, em especial o de turismo, deverá ter para alcançar o sucesso. A cada leitor fica a tarefa de estipular as suas metas e começar a trabalhar no intuito de chegar ao sucesso.
2. HABILIDADES BÁSICAS PARA O SUCESSO PESSOAL
Via de regra, para obter sucesso na vida, as pessoas precisam ter bons relacionamentos. Para tal, é imprescindível uma boa comunicação. Da mesma forma que um pai e um filho não se entenderão de outro modo que não seja a conversa, em qualquer outro tipo de relacionamento (professor X aluno, patrão X empregado, vendedor X cliente, etc.) a comunicação é fator determinante de sucesso.Primeiramente, tente se colocar no lugar do seu interlocutor, pois a empatia é peça fundamental do quebra-cabeça chamado comunicação. Entenda as suas necessidades, e os seus desejos, para que a sua fala as preencha.Procure estar informado sobre os principais assuntos da atualidade. Ninguém precisa ser especialista em todas as áreas (até porque seria impossível), mas todos devem saber conversar sobre tópicos importantes e atuais de interesse geral.Mantenha uma postura corporal e tom de voz adequados à situação. Lembre-se que o corpo pode falar mais do que mil palavras – até mesmo as roupas utilizadas podem causar interferências no processo comunicativo. Procure falar de forma clara e objetiva mantendo um tom de voz constante, podendo alterar o mesmo em momentos no qual a atenção esteja dispersa.Evite generalizações, lembre-se que mesmo quando dados estatísticos comprovam a veracidade de uma hipótese a sua representatividade da realidade não chega a 100%. Frases com palavras taxativas como “nunca”, “sempre”, “é a verdade”, etc. devem ser amenizadas, como “nem sempre”, “geralmente”, “na maioria das vezes é/não é verdade”, etc.
3. HABILIDADES BÁSICAS PARA O SUCESSO PROFISSIONAL
No âmbito profissional, algumas habilidades tornam-se exigências do mercado de trabalho. Por exemplo, no período em que vivemos, a informática é ferramenta básica à execução de tarefas em diversos setores. Quem não tiver conhecimentos mínimos de informática hoje estará em grande desvantagem no mercado de trabalho, mercado este que está cada vez mais competitivo. Uma vantagem competitiva seria o amor pela área escolhida. Fazer algo pelo qual se tem um sentimento negativo é extremamente difícil.Às habilidades comunicativas mencionadas anteriormente, soma-se a capacidade de falar bem em público. Não só saber se expressar bem, mas também de forma convincente – com segurança e firmeza – é essencial para o sucesso profissional. Independente do cargo e das funções que serão desempenhadas, o bom profissional “vende” bens, idéias, serviços, etc. Uma “venda” não se concretiza sem o poder de convencimento do “vendedor”.
O marketing é hoje um dos tópicos mais abordados por consultores, empresários e acadêmicos, especialmente da área de administração. Temos que lembrar que não só o marketing dos produtos é importante, mas o marketing pessoal é também fator decisivo para o sucesso profissional. Segundo um conto popular entre profissionais de marketing, a galinha só “vende” os seus ovos melhor do que a pata por conta das suas habilidades de marketing. Ao por um ovo – maior e mais saboroso do que o da galinha – a pata fica quieta e silenciosa, enquanto a galinha “grita” para todos os seus potenciais clientes que o seu produto está pronto para ser comercializado.
Ter a capacidade de interpretar as informações que chegam aos ouvidos (capacidade analítica) é outra característica básica para o bom profissional. Nem tudo que é dito pelos jornais, livros ou pessoas importantes é a verdade. O bom profissional “digere” as informações e tira as suas próprias conclusões sobre o que foi exposto.
Outro ponto que vem sendo bastante trabalhado pelas instituições de ensino superior nos últimos anos é a questão do empreendedorismo. Barreto (1998), define empreendedorismo como a “habilidade de criar e constituir algo a partir de muito pouco ou do quase nada” (p. 75). Principalmente em momentos de crise, como hoje, é deste tipo de profissional que as empresas estão precisando.
3.1 Habilidades necessárias ao bom profissional de turismo
Em primeiro lugar é importante ressaltar que o profissional de turismo aqui está sendo encarado como alguém que decide ingressar em uma carreira nesta área, ou seja, de estudantes de turismo no primeiro ano de estudo a profissionais com anos de experiência. Todos devem se preocupar com estas habilidades.
Além de tudo que é necessário para o sucesso do indivíduo como ser humano e como profissional de qualquer área que seja, o turismo exige algumas outras habilidades, tais como o domínio de idiomas (especialmente o inglês e o espanhol), compreensão básica de números estatísticos, conhecimentos de geografia e história, entre outras.
Um dos pontos iniciais de discussão é a interdisciplinaridade do turismo, ou seja, é importante entender que o turismo é um campo de estudos que interage com diversas ciências. Panosso Netto (2003) analisa as teorias de dois dos mais conceituados pesquisadores do turismo mundial, Jafar Jafari e John Tribe, e apresenta da seguinte forma o que na sua opinião é a teoria mais avançada, a de John Tribe:“Através da soma do estudo dos negócios turísticos (TF1) com o estudo dos não-negócios turísticos (TF2) Tribe criou o campo do turismo (TF) que é representado pela seguinte expressão: (TF) = TF1 + TF2.
Por esta análise, Tribe propõe um novo modelo na compreensão do turismo demonstrado na figura 2. No círculo de fora estão as disciplinas e as subdivisões disciplinares que estudam o turismo com suas ferramentas particulares. No centro do círculo estão os dois campos do turismo. Entre o círculo de fora e o círculo do meio há uma área na qual a teoria e os conceitos do turismo são refinados e leva o nome de banda k. É nesta área que o conhecimento do turismo é criado.Ela representa a interface das disciplinas com os campos do turismo. Segundo o autor, quando a economia entra em contato com o turismo nasce o estudo do efeito multiplicador do turismo, por exemplo. Portanto, a banda k representaria o local da atividade multidisciplinar e interdisciplinar (Tribe 1997: 650-651)” (PANOSSO NETTO, 2003: 66-67).
A compreensão das diversas disciplinas que interagem com o turismo é ponto primordial para o sucesso nesta área. Um planejador, por exemplo, não pode deixar de levar em consideração questões ambientais, sociais, culturais, legais, econômicas, etc. ao propor a criação de um pólo turístico em uma região. Tal discussão justifica a presença de disciplinas de direito, meio ambiente, antropologia, sociologia, etc. nas grades curriculares dos cursos de turismo no nível superior.Somado a tudo isso está a questão da experiência, vivência da prática. É importante adquirir experiência ao longo da vida profissional. Sabe-se que hoje o profissional que tiver menos que um ano de experiência terá dificuldades de se inserir no mercado de trabalho. Os estágios, remunerados ou não, são uma ferramenta para minimizar este problema.Por fim, segundo Pearce et al. (1998), para o sucesso na vida, especialmente a profissional e mais notadamente a do profissional em turismo, é fundamental ter sempre a mente aberta a novas situações e opiniões (quem acreditaria, séculos antes de Cristo, que a terra era redonda?), estar atento a diferenças culturais (homens italianos se cumprimentam com beijos no rosto, já os brasileiros em geral só aceitam esta situação entre pais e filhos) e abraçar a tecnologia (dominá-la para não ser dominado).
4. RECAPITULANDO...O bom profissional de turismo precisa:• Saber se comunicar bem;• Manter-se atualizado;• Ter domínio da informática básica;• Ter domínio de idiomas estrangeiros (especialmente inglês e espanhol);• Conhecer ferramentas de marketing (incluindo o pessoal);• Ser crítico, ter capacidade analítica;• Ser empreendedor;• Compreender números estatísticos;• Ter conhecimentos básicos de geografia e história;• Compreender a relação do turismo com as diversas disciplinas;• Possuir experiência profissional;• Estar aberto a novas situações e opiniões;• Perceber as diferenças culturais; e• Abraçar a tecnologia.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, L. P. Educação para o Empreendedorismo. Salvador: Escola de Administração de Empresa da Universidade Católica de Salvador, 1998.PANOSSO NETTO, Alexandre. O problema epistemológico no turismo: uma discussão teórica. In: PANOSSO NETTO, Alexandre, TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi. Reflexões sobre um novo turismo: política, ciência e sociedade. São Paulo: ALEPH, 2003, p. 57-86.PEARCE, Philip, MORRISON, Alastair, RUTLEDGE, Joy. Tourism: Bridges across continents. Sydney: McGraw-Hill, 1998.
Autor: Sérgio Rodrigues Leal
Coordenador do Curso de Bacharelado em Turismo
FAINTVISA - Faculdades Integradas da Vitória de Santo Antão

PLANO NACIONAL DE TURISMO 2007-2010

Plano Nacional de Turismo 2007-2010

O governo federal lançou em 13 de junho de 2007, o Plano Nacional de Turismo para o período 2007-2010. Nele estão previstos vários investimentos para aumentar o desenvolvimento da atividade no Brasil, promovendo o país no exterior e criando formas de aumentar o mercado interno, ou seja, dando crédito para que os brasileiros consigam viajar mais.

* Plano Nacional de Turismo prioriza mercado interno

Com a meta de gerar 1,7 milhão de novos empregos e trazer cerca de US$ 7,7 bilhões em divisas para o País, o Plano Nacional de Turismo 2007-2010, lançado nesta semana pelo governo federal, terá R$ 5,63 bilhões para investimentos em infra-estrutura turística, além de outros R$ 984 milhões na promoção interna e externa do setor. O foco do Ministério do Turismo está na inclusão social, com estímulo à criação de emprego e renda e à redução das desigualdades regionais.
Elaborado conjuntamente com a iniciativa privada e o terceiro setor, o Plano quer assegurar o acesso ao turismo a todas as camadas da população, inclusive as de menor renda. Para o próximo semestre, por exemplo, o Plano Nacional de Turismo prevê o Programa de Crédito Consignado, voltado aos aposentados, que vai financiar viagens turísticas pelo Brasil, com juros em torno ou mesmo abaixo de 1%.
O plano de turismo está intimamente ligado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado no início do ano para atacar os gargalos de infra-estrutura do Brasil e que conta com ações para recuperação de estradas, melhorias em portos, aeroportos, metrôs e ferrovias, além de iniciativas relacionadas a abastecimento de água, coleta de esgoto e infra-estrutura energética.
Com a melhoria na infra-estrutura do País e o reforço na qualificação profissional, o Plano vai organizar 65 destinos turísticos em 27 unidades da Federação, com padrões internacionais de mercado. Com as medidas, espera-se daqui a três anos atingir a marca histórica de 217 milhões de viagens internas/ano. Em 2005, registrou-se 139,59 milhões de viagens no País.
Além dos recursos provenientes do Orçamento da União, a expectativa do Ministério do Turismo é que, a partir da concessão de financiamento pelos bancos públicos, sejam investidos no período - 2007 a 2010 - outros R$ 6,78 bilhões com novos meios de hospedagem e R$ 12,55 bilhões para empreendimentos, melhoria e ampliação de várias categorias de serviços.
* Programa de Regionalização do Turismo

O Programa de Regionalização do turismo, também inserido no Plano Nacional de Turismo é um modelo de gestão descentralizada, coordenada e integrada, com base nos princípios da flexibilidade, articulação, mobilização, cooperação intersetorial e interinstitucional e na sinergia de decisões.
Regionalizar o turismo é transformar a ação centrada na unidade municipal para uma política pública mobilizadora de planejamento e coordenação para o desenvolvimento turístico local, regional, estadual e nacional, de forma articulada e compartilhada. É, também, esforço coordenado entre municípios, estados e países para ações de negociação, consenso, planejamento e organização social.
Como objetivo , pretendemos ampliar e qualificar o mercado de trabalho ; dar qualidade ao produto turístico; diversificar a oferta turística; estruturar os destinos turísticos; ampliar o consumo turístico no mercado nacional ; aumentar a inserção competitiva do produto turístico no mercado internacional ; ampliar o consumo turístico no mercado nacional e aumentar o tempo de permanência e gasto médio do turista .
Os investimentos previstos pelos programas regionais de desenvolvimento do turismo (Prodetur e Proecotur), contam com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e contrapartidas estaduais e federal

* Plano Aquarela

O Plano Aquarela, criado para divulgar o Brasil no Exterior, está incluído no Plano Nacional de Turismo e entra numa segunda fase, com a oferta de produtos específicos aos públicos estrangeiros. A intenção é potencializar a competitividade nos mercados nacional e internacional com base na malha aérea, integração da América do Sul e dos Modais (aéreo, terrestre, aquaviário e marítimo) nas regiões turísticas.
O setor de Turismo vem aumentando cada vez mais sua participação no PIB e na geração de empregos. Hoje, ele se destaca como o quinto principal produto na geração de divisas em moeda estrangeira para o Brasil, disputando a quarta posição com a exportação de automóveis. Em 2006, as empresas do setor registraram um faturamento de R$ 29,6 bilhões, o que representa um crescimento de 29% em relação a 2005. No mesmo período, o País recebeu um número recorde de visitantes, que aqui gastaram US$ 4,3 bilhões. Já o número de desembarques nos aeroportos brasileiros cresceu 7% em relação a 2005.

* Projeto Vai Brasil

O VAI BRASIL é um projeto criado pelo MTur – Ministério do Turismo, em parceria com a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo - BRAZTOA e a Associação Brasileira das Agências de Viagem – ABAV com o intuito de fomentar a comercialização de pacotes turísticos em períodos de baixa ocupação nos diversos destinos do Brasil. Os serviços turísticos do VAI BRASIL são disponibilizados ao público, com condições especiais de preços, por meio do
website <http://www.vaibrasil.com.br/>

Fontes: www.brasil.gov.br/emquestao - www.turismo.gov.br -< http://www.vaibrasil.com.br/>

Postado pelo Direitão: José Mário, José Pereira e Roberto Rocha

terça-feira, 16 de junho de 2009

O PLANO DIRETOR


(Roberto Alves da Rocha)

Regulamentando o artigo 182 que trata da “Política urbana” da Constituição Brasileira, promulgada em 5 de Outubro de 1988, surgiu o Estatuto das Cidades através da lei 10.257 de 10 de julho de 2000.
O Estatuto atribui aos municípios a implantação de planos diretores participativos, definindo uma série de instrumentos urbanísticos que têm no combate à especulação imobiliária e na regularização fundiária dos imóveis urbanos seus principais objetivos.
Depois de alguns anos da promulgação da lei, o que vemos é que em muitos municípios a participação da população é muito pequena.
Primeiro porque nem sabem o que é, e depois porque muitos prefeitos fazem com sua equipe determinem o Plano Diretor, noticiam o dia de audiência pública, cumprem o que diz a lei, mas como poucos participam, eles tornam o Plano Diretor tão somente cheio de decisões que o poder executivo quer, com prioridades que na maioria das vezes, não são os anseios da comunidade, pois essa nem foi ouvida.
Para mudar essa situação é preciso que a população tenha mais consciência, seja esclarecida sobre a importância do Plano Diretor, mas acredito que uma das maneiras para conseguir isso seria que, as cabeças pensantes das cidades começassem a participar mais dessas audiências, pois o que se tem visto é que nem mesmo estes dão sua colaboração, para que a cidadania seja exercida em plenitude. A mudança deve começar com quem pensa e estes conseguirem envolver os outros que ainda não atentou para a importância de uma sociedade organizada e que exerce seus direitos.
O LUGAR E O COTIDIANO


(Roberto Alves da Rocha)

Quando se fala em lugar se lembra de um espaço. Quando se quer dizer do cotidiano, vem a imagem das coisas de perto e do dia a dia.
Segundo Milton Santos, nas atuais condições de globalização, metáfora proposta por Pascal parece ter ganhado realidade: o universo visto como uma esfera infinita, cujo centro está em toda parte...
O mesmo se poderia dizer daquela frase de Tolstoi, tantas vezes repetida, segundo a qual, para ser universal, basta falar de sua aldeia.É o que vemos hoje com a evolução das comunicações e das tecnologias que vieram, e fazem do nosso lugar cotidiano como um todo e assim nosso espaço é o globo terrestre

terça-feira, 9 de junho de 2009

MICROPOLÍTICAS E SUBJETIVIDADE

GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: Cartografias do Desejo. 4º ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1996. 203p.

"... todos vivemos, quase que cotidianamente, em crise; crise da economia, especialmente a do desejo, crise dos modos que vamos encontrado para nos ajeitar na vida - mal conseguimos articular em certo jeito e ele já caduca. Vivemos sempre em defasagem em relação à atualidade de nossas experiências. Somos íntimos dessa incessante desmontagem de territórios: treinamos, dia a dia, nosso jogo de cintura para manter um mínimo de equilíbrio nisso tudo."
"É a própria essência do lucro capitalista que não se reduz ao campo da mais-valia econômica: ela está também na tomada de poder da subjetividade."
" Essa cultura de massa produz, exatamente, indivíduos; indivíduos normalizados, articulados uns aos outros segundo sistemas hierárquicos, sistemas de valores, sistemas de submissão - não sistemas de submissão visíveis e explícitos, como na etologia animal, ou como nas sociedades arcaicas ou pré-capitalistas, mas sistemas de submissão muito mais dissimulados."
" Não somente uma produção da subjetividade individuada - subjetividade dos indivíduos - mas uma produção de subjetividade social, uma produção da subjetividade que se pode encontrar em todos os níveis da produção e do consumo. E mais ainda: uma produção da subjetividade inconsciente."
" ... é notório o nível de incompetência e corrupção das elites no poder. Aliás, nos agenciamentos de poder capitalístico em geral são sempre os mais estúpidos que se encontram no alto da pirâmide. Basta considerar os resultados: a gestão da economia mundial hoje conduz centenas e milhares de pessoas à fome, ao desespero, a um modo de vida inteiramente impossível, apesar dos progressos tecnológicos e das capacidades produtivas extraordinárias que estão se desenvolvendo nas revoluções tecnológicas atuais."
" ... todos os procedimentos de saber, de eficiência semiótica no mundo atual participam de agenciamentos complexos, que jamais são da alçada de um único especialista."

Postado em: 09 de junho de 2009, por José Mário Corrêa

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Rizoma


Um rizoma não começa nem conclui, ele se encontra sempre no meio, entre as coisas, inter-ser, intermezzo. A árvore é filiação, mas o rizoma é aliança, unicamente aliança. A árvore impõe o verbo "ser", mas o rizoma tem como tecido a conjunção "e... e... e..." Há nesta conjunção força suficiente para sacudir e desenraizar o verbo ser.Entre as coisas não designa uma correlação localizável que vai de uma para outra e reciprocamente, mas uma direção perpendicular, um movimento transversal que as carrega uma e outra, riacho sem início nem fim, que rói suas duas margens e adquire velocidade no meio. [Deleuze, Guatarri, Mil Platos, v1, 36]
Deleuze e Guatarri contrapõem rizoma a árvore. A metáfora das ramificações arborescentes nos ajuda a entender uma espécie de programa mental, nos plantam árvores na cabeça: a da vida, a do saber, etc. E o poder, na sociedade, é sempre arborescente – a metáfora visualiza, comunica melhor o sentido dessa estrutura que representa a hierarquia. Mas na organização do saber, quase todas as disciplinas passam por esquemas de arborescência: a biologia, a informática, a lingüística (os autômatos ou sistemas centrais). Na realidade, não se trata de uma simples metáfora (no sentido lingüístico) e sim o que nos faze entender essa metáfora é que existe todo um aparato que se planta no pensamento, um programa de funcionamento para obriga-lo a ir pelo "bom" caminho, das idéias "justas". A metáfora da árvore clareia a maneira de como se articulam, na comunicação social, os esquemas de poder: A contraposição "árvore" / "rizoma" pode assim se valer da revisão crítica das estruturas de poder vigentes na sociedade.
Essas características das redes podem ser aplicadas aos organismos, às tecnologias, aos diispositivos, mas também à subjetividade. Somos uma rede de redes (multiplicidade), cada rede remetendo a outras redes de natureza diversa (heterogênese), em um processo auto-referente (autopoésis).
Esse rizoma se regenera continuamente por suas interações e transformações. A subjetividade é como a cognição, o advento, a emergência de um afeto e de um mundo a partir de suas ações no mundo.
Pensamos rizomas. Não só nas raízes que se bifurcam, crescem aleatoriamente sem comando e controle. O rizoma nos mostra o comportamento das redes, onde a trama de nós não mais identifica o ser, o corpo, o autor. Somos um produto rizomático. Multidões dentro de todos nós. Dentro e fora, fora e dentro. O corpo não tem limite. Distende-se para o infinito e para o além.
É complicado? Bem, esqueça aquilo que te faz se enxergar como ser humano. Estamos nos referindo a uma outra tradição filosófica. Isso implica na maneira de sentirmos a vida. Para que tanto racionalismo? Por que pensar no homem como centro do mundo? E para que tanto esforço? O corpo se distende para um todo. As relações corpo- máquina (e todas as relações que derivam dessas aproximações) nos fazem entender que não mais importa diferenciar as partes. O ser natural, aquele desprovido dos males tecnológicos, jamais existiu. Ou melhor, não existe desde que as funções do homem se distendem na relação com o ambiente. E isso data da idade da pedra lascada. Nossa cultura é hibrida (e miscigenada?).

José Pereira Lima

O LUGAR E O COTIDIANO

II Congresso Internacional Cidade, Cotidiano e Poder
Vitória, 16 a 19 de novembro de 2009

O evento dispensa atenção particular à complexidade do fenômeno urbano no mundo contemporâneo, uma vez que os centros metropolitanos e, em especial, as assim denominadas megalópoles, constituem um autêntico desafio, não apenas para os pesquisadores interessados em captar a sua dinâmica, mas também para os gestores públicos, chamados a todo o momento a intervir com a finalidade de solucionar os inúmeros problemas característicos do ambiente metropolitano. Nesse sentido, pretende-se promover um debate acerca das políticas públicas urbanas a partir de uma perspectiva histórica, de modo a perceber como, no passado, as sociedades lidaram com a tarefa de organizar o território citadino. Na realidade, a definição da questão urbana como um conjunto complexo de demandas políticas e sociais requer um exame atento das feições assumidas pelo processo de desenvolvimento urbano em outros tempos e lugares. Por fim, estima-se discutir os mecanismos que conformam as modalidades urbanas contemporâneas à luz da relação entre crescimento, modernização e fragmentação social.
José Pereira Lima
RIZOMAS

(Roberto Alves da Rocha)


Rizoma para a botânica é um tipo de caule que algumas plantas possuem. Ele cresce horizontalmente, geralmente subterrâneo, mas podendo também ter porções aéreas. Rizomas são importantes como orgãos de reprodução vegetativa ou assexuada de diversas plantas ornamentais.
A partir desse conceito de raiz que os filósofos Gilles Deleuze e Felix Guattari propõem possibilidades de estudo e análise de sistemas.
Daí vem a pergunta feita para Deleuze pelo jornal Liberácion em uma entrevista datada de 23 de outubro de 1980:
Como um caule de planta pode nos ajudar a pensar o mundo moderno e a educação?
“O que Guattari e eu chamamos rizoma é precisamente um caso de sistema aberto. Volto à questão o que é filosofia? Porque a resposta a essa questão deveria ser muito simples. Todo mundo sabe que a filosofia se ocupa de conceitos. Um sistema é um conjunto de conceitos. Um sistema aberto é quando os conceitos são relacionados a circunstâncias e não mais a essências. Mas por um lado os conceitos não são dados prontos, eles não preexistem: é preciso inventar, criar os conceitos, e há aí tanta invenção e criação quanto na arte ou na ciência”.
O que dá para entender é que não há rizoma e sim rizomas que são pensamentos que nem sempre estão ligados a uma hierarquia, mas que proliferam e isso acontece dentro de uma multiplicidade de opiniões e conceitos que são abertos a outros, gerando sempre outra imagem de pensamento.




BIBLIOGRAFIA:

www.wikipedia.org/wiki/rizoma
www.digao.bio.br/rizomas
MICRO POLÍTICAS E SUBJETIVIDADE


(Roberto Alves da Rocha)

O que deu para entender sobre micro política e subjetividade é que o Capitalismo mundial integrado, que gera muita pressão econômica e em conseqüência os problemas sociais por que passamos, acaba gerando um estímulo maior para a micro política ou seja, para se desenvolver atividades voltadas mais para os trabalhos locais, familiares e escolares do que de se dar atenção para o que acontece no globo terrestre.
O rompimento das tradições, a extinção de tantas culturas que faziam a vida das pessoas ter uma direção, muitas vezes manipulada pelos que ostentavam o poder.
A deteriorização da vida em família e em comunidade, com o advento da globalização, é o que gera a subjetividade porque é mais fácil conseguir cuidar do que é perto, do que ficar dependendo totalmente do que vem de outros locais e culturas.
Todo esse rompimento muitas vezes impacta na vida de uma comunidade, que é atingida, sem não tem nada a ver com isso.
A subjetividade é uma realidade maior nos dias de hoje, porém o que acontece é que mesmo assim, devido a falta de confiança nas políticas governamentais a micro política nasce mais de “Ongs” e grupos sociais vinculados a associações de bairros, movimentos sociais e quase sempre, não governamentais.Se realmente assumirmos como cidadãos essas políticas, com certeza haverá um crescimento de políticas sérias, que trarão mais condições das pessoas viverem melhor, mesmo com a globalização que escraviza e exclui a participação na vida comunitária

MICRO POLITICA E SUBJETIVIDADE

Este texto discute as interferências no contemporâneo do ponto de vista da produção social da existência. A realidade na qual estamos todos imersos é produzida em uma multiplicidade de interferências extensivas (molares) e intensivas (moleculares) que coexistem em um mesmo movimento. Deste modo, não podem ser pensadas como opostas, como melhores ou piores "em si", fora das relações que as constituem, pois elas se atravessam e sofrem impregnações distintas de um tipo pelo outro. O que importa, em cada caso, é distinguir qual é o regime (se intensivo ou extensivo) que envolve nossa participação nelas e que cintila nas alianças que se tecem por meio delas. É somente nas relações e nos processos que as constituem que podemos avaliar os movimentos que elas promovem ou estancam. As interferências que nos interessam se dão em uma multiplicidade de ações de teoria e prática que transbordam os insuficientes limites do eixo sujeito-objeto. Não se trata de um interferir de um objeto dado sobre outro objeto dado, de uma unidade predeterminada sobre um sujeito preexistente, mas de produzir interferências que façam vazar as multiplicidades que constituem a nós e as coisas. A modulação da interferência neste sentido implica e requer mutação subjetiva. É nos encontros que experimentamos os movimentos que nos forçam a problematizar, mais do que a responder; alterando a nossa subjetividade e abrindo-a para o intensivo, já ali, onde os conceitos viram fluxo de intensão e nos conectam no circuito ziguezagueante da coexistência macro/micropolítica.

Palavras-chave: Produção de subjetividade; Micropolítica; Intervenção.
José Pereira Lima

O que é Plano Diretor?

O Plano Diretor, instrumento de preservação dos bens ou áreas de referência urbana, previsto constitucionalmente e também através do Estatuto da Cidade, é uma lei municipal que estabelece diretrizes para a adequada ocupação do município, determinando o que pode e o que não pode ser feito em cada parte do mesmo.

O Plano Diretor é um dos instrumentos de preservação dos bens ou áreas de referência urbana, previsto no artigo 182 § 1º da Constituição Federal e na Legislação Federal através da Lei 10.257/ 01, popularmente conhecida como Estatuto da Cidade.

O Plano Diretor é um instrumento básico da política de desenvolvimento do Município, pois sua principal finalidade é fornecer orientação ao Poder Público e a iniciativa privada na construção dos espaços urbanos e rurais na oferta dos serviços públicos essenciais, visando assegurar melhores condições de vida para a população, adstrita àquele território. Trata-se pis, de uma lei municipal específica, cujo objeto é o planejamento municipal, mediante atividades e empreendimentos do Poder Público e das pessoas físicas e jurídicas, que leva em conta os anseios da população. Daí, ser chamado também de Plano Diretor Participativo.

Em suma, o Plano Diretor é uma lei municipal que estabelece diretrizes para a adequada ocupação do município, determinando o que pode e o que não pode ser feito em cada parte do mesmo.

Na fase que antecede sua aprovação, vereadores e representantes comunitários, através de audiências públicas e debates, discutem os problemas urbanos, objetivando a construção de uma cidade sustentável para as presentes e futuras gerações.

Cabe lembrar que antes da vigência do Estatuto da Cidade, o Plano Diretor era obrigatório para municípios cuja população ultrapassasse 20 mil habitantes. Agora, também é exigido para as regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e cidades integrantes de áreas especiais de interesse turístico, bem como as que possuem em seus limites territoriais empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental.

O Estatuto da Cidade estabeleceu o prazo de cinco anos, que expira em 10/10/2006, para que cada município elabore ou revise as regras de ocupação do solo, sob pena de expor os chefes dos Executivos locais a processos de improbidade administrativa, cuja pena máxima poderá ser a perda do mandato.

Seu conteúdo deverá estabelecer no mínimo a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser aplicado o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsória, levando em conta a infra-estrutura e demanda para a utilização do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado. Estabelecerá as condições de exercício do direito de preempção, da outorga onerosa do direito de construir, das áreas onde serão permitidas a alteração de uso do solo e as operações urbanas consorciadas.
josé Pereira Lima

RIZOMAS

Epistemologia

As propostas topológicas, descrições das condições discursivas, que Guattari e Deleuze propõem a partir dos conceptos de raiz, radícula e rizoma apresentam possibilidades interessantes ao embasamento epistemológico para análise de sistemas.
A topologia da raiz alude a uma condição de totalitarismo, despotismo, que se exerce a partir da biunivocidade. "Isto quer dizer que este pensamento nunca compreendeu a multiplicidade: ele necessita de uma forte unidade principal, unidade que é suposta para chegar a duas, segundo um método espiritual." (DELEUZE e GUATTARI, 1980, p.13) É uma condição que estabelece a continuidade de um eixo-tronco ao que ramifica-se dicotomicamente a partir dele e, ao partir dele, a ele retorna em sua continuidade. É uma condição de rigidez teórica e circularidade argumentativa, em que tudo no fim das contas "é porque é" através do retorno ao poder do eixo principal que é exercido sobre suas ramificações. A dicotomia é o exercício do poder totalitário que divide o mundo em ramos binários: os loucos e os normais, os dominadores e os dominados, o bem e o mal, o certo e o errado, o zero e o um. O pensamento cristão, por exemplo, estrutura-se topologicamente de maneira binária, como uma raiz.
De maneira próxima à raiz estaria a topologia da radícula, imagem da qual a modernidade se vale de bom grado. Um sistema fasciculado que visa aproximar-se da condição das multiplicidades, mas que não alcança nada além de um simulacro das mesmas. Quando se reduz uma multiplicidade a uma estrutura rígida, compensa-se seu movimento ao reduzir as suas leis de funcionamento.
Vale dizer que o sistema fasciculado não rompe verdadeiramente com o dualismo, com a complementaridade de um sujeito e de um objeto, de uma realidade natural e de uma realidade espiritual: a unidade não pára de ser contrariada e impedida no objeto, enquanto que um novo tipo de unidade triunfa no sujeito. O mundo perdeu seu pivô, o sujeito não pode nem mesmo fazer dicotomia, mas acende a uma mais alta unidade, de ambivalência ou de sobredeterminação, numa dimensão sempre suplementar àquela de seu objeto." (DELEUZE e GUATTARI, 2004, p.14)
A condição de sujeito-objeto seria, de fato, um enclausuramento na lógica dual à medida que estão são duas dimensões suplementares. Reconhece-se aí o caos no mundo, mas o que se produz é uma imagem desse mundo à parte de qualquer movimento, qualquer devir. Produz-se agora o caosmo-radícula ao invés do cosmo-raiz. Trata-se de uma função que repete-se na variável, ela por ela mesma em todas as ocasiões excluindo tudo que esteja à sua margem, a unidade se repete no múltiplo, trata-se de n=1.
Os autores apresentam como seu próprio modelo uma anunciação da pós-modernidade, o concepto de rizoma, que dispõe-se a reconhecer as multiplicidades, os movimentos, os devires. A unidade estaria no múltiplo unicamente como uma subtração deste, como n-1. Ainda que possa arborificar-se em determinados momentos, o rizoma de forma alguma é uma arborificação. O rizoma, distintamente das árvores e suas raízes, conecta-se de um ponto qualquer a um outro ponto qualquer, pondo em jogo regimes de signos muito diferentes, inclusive estados de não-signos. Não deriva-se de forma alguma do Uno, nem ao Uno acrescenta-se de forma alguma (n+1). Não constitui-se de unidades, e sim de dimensões. O rizoma é feito de linhas: tanto linhas de continuidade quanto linhas-de-fuga como dimensão máxima, segundo a qual, em seguindo-a, a multiplicidade metamorfoseia-se, mudando de natureza. O rizoma é o que já foi.
"Não se deve confundir tais linhas ou lineamentos com linhagens de tipo arborescente, que são somente ligações localizáveis entre pontos e posições. (...) O rizoma se refere a um mapa que deve ser produzido, construído, sempre desmontável, conectável, reversível, modificável, com múltiplas entradas e saídas, com suas linhas de fuga. São os decalques que é preciso referir aos mapas e não o inverso." (DELEUZE e GUATTARI, 2004, p.32-33)
Os autores propõem o que se pode agrupar em dois tipos de sistemas: centrados e a-centrados. Os sistemas raiz e radícula podem ser classificados como centrados, privilegiando as estruturas arborescentes de ramificação hierárquica, em que cada indivíduo reconhece apenas seu vizinho ativo, seu superior hierárquico. A arborescência preexiste ao indivíduo e nela ele possui um papel fixo. A condição de repetição se instaura no sistema centrado quando as ramificações de seus galhos e suas raízes repetem-se também nas folhas, são sistemas necessariamente contínuos. As folhas são o decalque da árvore, que os articula e hierarquiza.
“Os autores assinalam a esse respeito que mesmo quando se acredita atingir uma multiplicidade, pode acontecer que essa multiplicidade seja falsa – o que chamamos tipo radícula – porque sua apresentação ou seu enunciado de aparência não hierárquica não admitem de fato senão uma solução totalmente hierárquica.” (DELEUZE e GUATTARI, 2004, p.27)
Em contraponto aos sistemas centrados, que privilegiam o centro, são apresentados os a-centrados, em que o privilégio é dos meios, dos intervalos, das ervas-daninhas entre as plantações tão cartesianamente organizadas. O rizoma é classificado como a-centrado, uma rede de autômatos finitos. A condição deste tipo de sistema é a de complexidade, em que não há um decalque, uma cópia de uma ordem central, mas sim múltiplas conexões que são estabelecidas a todo o momento, num fluxo constante de desterritorialização e reterritorialização. O problema proposto pelo rizoma é análogo ao da máquina de guerra, a Firing Squad: é necessário realmente um general para que os n indivíduos disparem simultaneamente?
O rizoma, como um sistema a-centrado, seria, portanto, a expressão máxima da multiplicidade em detrimento às outras duas condições apresentadas de raiz e radícula, que não expressam nada mais do que a proposta de um todo disciplinador, um totalitarismo estrutural.
Tendo como premissa - "Rizoma", como solo firme, podemos estabelecer que o conhecimento é a estrutura arbórea e suas ramificações (galhos), representam a especialização e sua ligação ao tronco a genealogia.
Rizomas nos remetem à multiplicidade. Não há um rizoma, mas rizomas abertos capazes de proliferar pensamentos que passam a ter funcionalidade.
Bibliografia
Disponível em <http://pt.wikipédia.org.wiki/rizoma>, em 08/06/2009
Postado por: José Mário Corrêa

O LUGAR E O COTIDIANO

O conceito de lugar ganhou nova dimensão, que foge ao senso comum, quando visualizado pelas mais recentes correntes do pensamento geográfico: a geografia humanística e a geografia marxista, que viabilizaram um redimensionamento não só do conceito de lugar bem como de diversos outros conceitos fundamentais da geografia.
Em sua nova visão, o lugar ganha em abrangência de significado deixando de ser compreendido apenas como um espaço produzido, ao longo de um determinado tempo, pela natureza e pelo homem, para ser visto como uma construção única, singular, carregada de simbolismo e que agrega idéias e sentidos produzidos por aqueles que o habitam.
Muito além de um espaço físico, de uma paisagem repleta de elementos e de referências peculiares passíveis de descrições objetivas e racionalizadas, o lugar, na visão humanística, constitui-se como uma paisagem cultural, campo da materialização das experiências vividas que ligam o homem ao mundo e às pessoas, e que despertam os sentimentos de identidade e de pertencimento no indivíduo. É, portanto, fruto da construção de um elo afetivo entre o sujeito e o ambiente em que vive.
Inicialmente, o lugar foi definido por Aristóteles como o espaço que circunda o corpo. Descartes, buscando elaborar o conceito aristotélico, afirma que a determinação do lugar deve obedecer à relação da posição do corpo com a posição dos outros corpos.
A dialética marxista identifica na apropriação capitalista do espaço um processo de personalização dos lugares que, simultaneamente, reconstroem suas singularidades e expressam o fenômeno global em curso nos últimos séculos.
Apesar das singularidades dos diversos lugares, crescem, especialmente em função da expansão das redes de comunicação e de transportes que vivenciam franca aceleração no mundo contemporâneo, as interações entre os lugares, embora hierarquizadas de acordo com suas infra-estruturas logísticas conectoras.Portanto, o conceito de lugar amplia-se profundamente diante das novas visões desenvolvidas por aqueles que se debruçaram sobre ele mediante as perspectivas marxistas e humanísticas da geografia recente.
Expressando singularidade e globalidade, e materializando a construção de identidades individuais e coletivas, o lugar passa a representar muito mais do que um espaço que circunda o corpo.


Postado por:José Mário Corrêa em 08/06/2009

sábado, 6 de junho de 2009

O QUE É O PLANO DIRETOR???

O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento do Município. Sua principal finalidade é orientar a atuação do poder público e da iniciativa privada na construção de espaços urbano e rural na oferta dos serviços públicos essenciais, visando segurar melhores condições de vida para a população.
Por que fazer o plano diretor?
Por exigência constitucional (Lei Federal 10.257/01 - Estatuto da Cidade), para municipios com mais de 20.000 habitantes . No estado de São Paulo, através de legislação estadual é estendida à todos os 645 municipios a obrigatoriedade da elaboração de seus planos diretores, objetivando uma melhor qualidade de vida para todos.
Como é feito?
Por iniciativa do Prefeito, através de discussão e participação da comunidade, para ser transformado em lei pela Câmara Municipal.
Quem participa?
O prefeito Municipal, a população e a Câmara Municipal.
O que proporciona?
O plano reflete os anseios da comunidade e indica os caminhos para uma cidade melhor.
O que se espera do Plano Diretor?
Que proponha meios para garantir e incentivar a participação popular na gestão do municipio; que aponte rumos para um desenvolvimento local economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente equilibrado; que proponha soluções para a melhoria da qualidade da gestão pública local, tornando-a mais apta a utilizar os recursos públicos e a prestar melhores serviços à população; que apresente diretrizes e instrumentos para que os investimentos em saneamento, transporte coletivo, saúde, educação, equipamentos urbanos, habitação popular sejam adequadamente distribuídos e beneficiem toda a população e finalmente que proponha diretrizes para proteger o meio ambiente, os mananciais, as áreas verdes e o patrimônio histórico local.

Postado por: José Mário Corrêa